Congresso mundial reunirá em Beirute cirurgiões plásticos descendentes de libaneses

Qua, 14/07/2010 - 13:51
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De 14 a 17 de outubro ocorre em Beirute, no Líbano, o I Congresso Mundial de Cirurgiões Plásticos Descendentes de Libaneses. O encontro está sendo organizado por um comitê de médicos representantes de vários países, como Brasil, Argentina, Estados Unidos, Suíça, Bélgica, Canadá, Chile, Inglaterra, Emirados Árabes, entre outros.

De acordo com Romeu Fadul, cirurgião plástico, ligado ao Hospital Sírio-Libanês, e um dos organizadores do evento no Brasil, o congresso, além de proporcionar uma troca de conhecimentos em cirurgia plástica, também será uma oportunidade de intercâmbio cultural. “O encontro inclui uma programação científica e também social. Esta segunda conta com jantares, festas e passeios turísticos”, explica. Além dele, integram o núcleo de organizadores brasileiros os médicos Ricardo Baroudi, Fábio Nahas e Aryzone Mendes de Araújo Filho.

Fadul conta que a iniciativa de se fazer o congresso mundial partiu de um grupo de cirurgiões libaneses e brasileiros. “Em 1999, Beirute já tinha sediado o Congresso Brasil-Líbano de Cirurgia Plástica. Foi um sucesso, havia cerca de 200 brasileiros no evento”, diz.  Segundo ele, em 2006 e 2007 tentou-se promover um segundo encontro, mas, em função da invasão israelense ao país, a ideia não se concretizou. “Agora, reunimos esforços e decidimos ampliar os planos, fazendo um encontro mundial”, explica. A expectativa é reunir mais de mil médicos na capital libanesa.

Descendência e ciência

De acordo com Fadul, grande parte dos maiores cirurgiões plásticos do Brasil são descendentes de libaneses, sendo pessoas com influência e reconhecimento mundial na área médica. “Acredito que faz parte da cultura árabe o gosto pela leitura e pela escrita e isso influencia o desenvolvimento científico. Talvez esse seja um dos fatores que explique a presença e destaque dos descendentes de libaneses na área médica em geral”, considera.

O cirurgião acredita que o congresso será uma oportunidade de as novas gerações de descendentes terem contato e captar um pouco de suas origens. “Não temos ideia de como a cultura do lado de lá é diferente. Uma coisa que chama a atenção é o respeito que os libaneses têm pela família”, destaca Fadul. O médico faz questão de ressaltar a convivência pacífica entre as diversas religiões que existem no país. “Nesse sentido, não há com o que se preocupar. O Líbano é um país tranquilo, com maravilhas que não podem deixar de serem vistas”.

Com relação aos resultados científicos que o encontro poderá gerar, Fadul cita a experiência com o congresso ocorrido em 1999. “Muitas informações foram trocadas, o que gerou a publicação de uma série de artigos em revistas científicas de grande destaque. Agora, reunindo profissionais de vários países, acredito que haverá um ganho ainda maior”.

Conhecimento

Fadul afirma que o congresso adotou como língua de comunicação o inglês. “Para que haja desenvolvimento e intercâmbio, é preciso haver comunicação. Assim também deveria ocorrer com todos os intercâmbios acadêmicos entre Brasil e países árabes”, coloca ele. O médico enxerga um crescimento nas relações de educação médica entre os dois países. “Acho que isso se concretizou ainda mais com as visitas recentes ao Brasil dos chefes de Estado do Líbano e Síria”, acredita.