Universidade libanesa busca estreitar laços com o Brasil

Qui, 28/07/2011 - 21:55
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A Universidade Saint-Esprit de Kaslik (USEK) quer estreitar laços com a América Latina, região que mais acolheu a diáspora libanesa. Com o objetivo de ampliar o conhecimento dos libaneses sobre está região, a USEK criou o Centro de Estudos e Culturas da América Latina (CECAL-USEK), para fortalecer os laços entre o Líbano e a diáspora. Em uma viagem de contatos, o diretor do CECAL-USEK, Roberto Khatlab e a diretora do Departamento de Desenvolvimento da USEK, Claude Khoury Azar estiveram no Brasil, onde se encontra a maior colônia de libaneses no mundo.

Em Brasília, participaram de uma audiência particular com o vice-presidente da República do Brasil, Michel Temer. A família de Temer tem origem libanesa, do vilarejo de Btaboura, Kura, Líbano norte. Temer é filho de March Barbar Lulia e deMiguel Elias Temer Lulia, que chegaram no Brasil em 1924 e se instalaram em Tietê, SP, onde ele nasceu. Iniciou sua carreira política como secretário da educação de São Paulo, em 1983. Em 1986 foi eleito deputado pelo PMDB.

Na ocasião, Michel Temer recebeu uma medalha da USEK como homenagem a este  descedente de libanes que ocupa o alto cargo de vice-presidente da República. No encontro, os diretores Khatlab e Azar apresentaram a USEK, particularmente as atividades do CECAL-USEK, que mantém um convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e que já está em prática. Dia 25 de julho chegaram ao Brasil duas estudantes libanesas que cursam ciências políticas na USEK. Samiha Al Chaar e Sandy Khalil receberam bolsas de estudos da UFPR e ficarão no Brasil durante um semestre, quando retornarão para finalizar a licenciatura na USEK. O mesmo acontecerá com dois estudantes brasileiros. Será um intercâmbio de estudantes e professores em todas as áreas. A USEK também tem conversado com a Associação das Universidades do Grupo Montevideo (AUGM) para futuras parcerias.

O Líbano é um pais que se beneficia de bolsas de estudos do Brasil (Capes-Cnpq) e o CECAL-USEK incentiva o fortalecimento deste intercâmbio. Um exemplo é o do professor Alzir Felipe Buffara Antunes, que foi ao Líbano duas vezes para conferências. Em outubro próximo, o professor Paulo Sarkis, ex-reitor da Universidade de Santa maria, no Rio Grande do Sul, estará no Líbano para falar sobre estudos superiores no Brasil, com o objetivo de atrair estudantes e professores de ambos países.

Além de conversar sobre a USEK, o encontro com Michel Temer tocou em assuntos relacionados ao Líbano. O vice-presidente relembrou detalhes de sua visita ao país em 1997, como presidente da Câmara dos Deputados, quando conheceu sua cidade de origem. 

Ainda em Brasília, Khatlab e Azar encontraram o deputado federal Ricardo Izar Júnior, que participou da audiencia com Temer. Em São Paulo, Khatlab e Azar visitaram diversos membros da comunidade libanesa, entre eles Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que conta com 7 milhões de associados, o presidente do Sincidato dos Comerciários de SP, o presidente da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci/Brasil),  Basílio Jafet, em companhia de Hubert Gebara e Luiz Paulo Germanos. 

No Clube Monte Líbano foi organizado um encontro de grupo com Valter Chammas,  Marcelo Zarzur, Luiz Maksoud, Luiz Malouf, Samir Ary, Guilherme Mattar, Rafael Bufarra, Roberto Duailibi, presidente da DPZ Agência de Pulicidade, Ernesto Zarzur da EZ Tech, e Dona Violeta Jafet, que completou 103 anos de idade e mantém uma mente enérgica e consciente, sempre expressando seu amor pelo Brasil e pelo Líbano. No Rio de Janeiro, Khatlab e Azar encontraram, entre outros, o  escritor Jamal Elias.

Segundo Khatlab, o objetivo desta viagem - encontros e contatos para aproximar a USEK da diáspora, foi plenamente satisfeito. "Outras viagens semelhantes serão realizadas em diversos países da América Latina, para que os descendentes se sintam mais próximos de sua terra de origem, realizem projetos em comum, e não fiquem somente  na nostagia. Prova disto é o intercâmbio de estudantes, uma geração jovem que se encontra e troca ideias e objetivos. Esta é meta do CECAL", afirmou.