11ª Mostra Mundo Árabe de Cinema: a realidade de Gaza no cinema ao ar livre

Seg, 29/08/2016 - 12:42
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O espaço cultural Casa das Rosas, na Avenida Paulista, em São Paulo, recebeu, na última terça-feira, 23 de agosto, a primeira exibição ao ar livre da história da Mostra. O público que compareceu ao espaço assistiu ao filme “Ondas 98”, do diretor libanês Ely Dagher, e a à trilogia Sci-Fi (“Êxodo no Espaço”, “Estado Nação” e “No futuro, eles se alimentaram da mais sofisticada porcelana”) da diretora palestina Larissa Sansour. 

O filme “Ondas 98” conta a história de garoto que adentra um mundo distópico e começa a enxergar de maneira diferente a Beirute do pós-Guerra. “Êxodo no Espaço” apresenta a diretora do filme como uma astronauta que chega à luta e hasteia a banda da Palestina; “Estado Nação” coloca o Estado Palestino como restrito a apenas um prédio e “No futuro, eles se alimentaram da mais sofisticada porcelana”, por sua vez, reproduz realidade distópica em que se tenta guardar o passado palestino para o futuro, sob a metáfora da porcelana.

“Trazer essa produção cinematográfica também é uma forma de a gente tentar mais do que compreender, sentir a realidade dentro do limite que conseguimos, por conta da distância, a importância de trazer imagens da Faixa de Gaza, considerada por muitos um presídio a céu aberto”, afirmou ao público o curador e diretor do festival, Geraldo Adriano Campos, antes da exibição. 

Campos também lembrou o fato de o diretor palestino Khalil Al-Mozayen ainda não ter podido  participar do festival por conta de não ter conseguido autorização de Israel para viajar ao Brasil. “Essa situação diz muito sobre a realidade do cinema palestino e, particularmente, do cinema feito em Gaza”, afirmou. Khali é diretor de “Gaza 36mm” que trata da perseguição ao cinema na região, uma das produções em cartaz na Mostra este ano.

“Gostei de ‘No futuro, eles se alimentaram da mais sofisticada porcelana’”, afirmou a designer e estudante da língua árabe Solange Albino, 43, ao site do ICArabe. “Eles tentam inventar uma civilização para que o povo do futuro se identifique com ela e requeira a posse das terras em virtude da linhagem”, refletiu Solange, que já prestigiou outras edições da Mostra.

O advogado André Luís Pereira, 32, gostou do filme “Ondas 98”. “Pareceu bem interessante. A importância desse tipo de filme no Brasil é de tornar comum para as pessoas realidades que elas só conhecem normalmente por documentários e tragédias, conectar esse lado humano”, declarou.

A 11ª Mostra Mundo Árabe é realizada pelo Instituto da Cultura Árabe, em parceria com o Ministério da Cultura, o Centro Cultural Banco do Brasil e o Serviço Social do Comércio - SESC, patrocínio do Banco do Brasil e copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. 

Acompanhe a programação em http://www.mundoarabe2016.icarabe.org/inicio

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