Falar a verdade também é cultura

Qui, 25/08/2011 - 23:34

 

No romance de Alexandre Dumas (1802-1870), Les Mohicans de Paris, há uma referência de culpabilidade quando se lê: “cherchons la femme” considerada a culpada de tudo o que lá ocorre. Assim é na política patchwork libanesa, onde sempre são encontrados os sauditas. No tempo de Rafiq Al-Hariri este, de personalidade forte, ainda que subservientes à Casa de Saud nem sempre conseguiam tudo com facilidade. Na atualidade, Saad Al-Hariri nem chega a piscar quando ouve as ordens. Como as milícias cristãs também servem à causa da Arábia Saudita, estes são encarregados do treinamento da oposição síria. As armas, como não passam pelo Líbano para abastecer o Hamas ou o Hizbullah, passam livremente seguindo um caminho que vem dos Estados Unidos para a Arábia Saudita daí para o Líbano e deste para a Síria; tudo novinho em folha e eficiente.Talvez já seja a hora de dizer que não concordo com o tratamento que o povo sírio está recebendo de seu governo; uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Se o governo sírio cair, quem garante saber o que virá depois? Cassandra ouvia Apolo e os inimigos da Síria e do povo sírio ouvem o diabo, mas não devem esquecer que se Bachar Al-Assad cair, vamos encontrar Estados Unidos, Arábia Saudita e Israel chorando pelas esquinas de arrependimento por falta de previsão. Se lhes interessasse o destino do povo sírio deveriam negociar com Bachar e levá-lo a realizar as reformas. Aliás, é bom lembrar, pela negociação muitos problemas no mundo teriam sido resolvidos, desde as margens do Eufrates até às do Nilo. Já que falamos de negociação, ainda é hora de resolver pela negociação o roubo do gás libanês que está ocorrendo no triângulo Palestina-Líbano-Chipre, antes que se tenha que retirar “colonos aquáticos” dentro em breve.Voltando aos sauditas, toda a política do Reino tem como base o wahhabismo sunita que se julga capaz de qualificar ou desqualificar quem quer que seja neste planeta, nesta vida térrea. Há às vezes exceções, mas o objetivo é o mesmo, como no caso das milícias cristãs libanesas; tudo serve desde que sirva, em última instância, a wahhab-saud; a religião e o estado.Se os rebeldes sírios e os infiltrados entre eles estivessem desarmados não precisariam de tanques para derrotá-los, ninguém é idiota neste meio, desde Bachar até o Baath, passando pelas Forças Armadas. A rebelião, ou melhor, as rebeliões, teriam sido esmagadas em horas e não durariam semanas a fio.Quem conhece a Síria tem certeza que Al-Assad e os que o cercam e ou se beneficiam do regime não dão a mínima para religião. A religião, de forma deturpada, está na Irmandade Muçulmana, na Arábia Saudita, no Partido do Futuro, em Israel e só não está nos Estados Unidos porque lá os que se beneficiam do petróleo e das armas não têm deus nem pátria. Destacando o papel saudita na refrega síria só se pode notar a semelhança entre esta intervenção, negada, mas existente, com aquela ingerência em Barein; aqui apoiando rebeldes por serem sunitas e lá desapoiando revoltosos por serem xiitas. Por serem produtores de petróleo, Arábia Saudita e Irã têm interesses comuns e são muçulmanos, já que gostam de religião, mas aí se junta a fome com a vontade de comer: um é contra os xiitas e o outro adversário dos sunitas. Se a religião, a estreita e obtusa religião, não fosse o objetivo primeiro, seria o caso de lançar uma pergunta tardia: porque então combateram a casa Hachemita, descendente do Profeta Muhammad, tão sunitas quanto a Casa de Saud e a resposta é óbvia que sunita não importa e o que interessa é wahhabita. Bem se pode ir além afirmando que contra os sunitas hachemitas usaram os bons ofícios interesseiros dos cristãos britânicos. Isto pode, na Península Arábica e no País dos Cedros.O terrorismo muda de qualificação como camaleão de cor e depende de como é visto, por quem, quando e onde. Nos atuais acontecimentos no Reino Unido não se ouve falar em terrorismo islâmico e ele estava presente na Noruega até se transformar em outro, mas ninguém o chamou de terrorismo cristão. Estes casos não irão ao Conselho de Segurança e Israel nunca cumpriu as resoluções do Conselho de Segurança das Nações e nem tampouco da Assembléia Geral, a não ser a metade de uma, e é difícil encontrar quem qualifica este comportamento de terrorismo judaico. A Arábia Saudita tem classificações para terrorismo dependendo do país e de seu interesse nele: Iêmen, Bareine, Síria, Palestina, Líbano, Egito, Tunísia e outros lugares deste planeta.Pelo que ocorre com a rede Al Jazeera a imprensa deveria se engajar ao lado da verdade dos fatos, na apuração deles antes de publicá-los e não ficar papagaiando notícias que lhes vêm de interessados em pescar em águas turvas.Falar a verdade também é cultura!

No romance de Alexandre Dumas (1802-1870), "Les Mohicans de Paris", há uma referência de culpabilidade quando se lê: “cherchons la femme” considerada a culpada de tudo o que lá ocorre. Assim é na política patchwork libanesa, onde sempre são encontrados os sauditas.

No tempo de Rafiq Al-Hariri este, de personalidade forte, ainda que subservientes à Casa de Saud nem sempre conseguiam tudo com facilidade. Na atualidade, Saad Al-Hariri nem chega a piscar quando ouve as ordens. Como as milícias cristãs também servem à causa da Arábia Saudita, estes são encarregados do treinamento da oposição síria. As armas, como não passam pelo Líbano para abastecer o Hamas ou o Hizbullah, passam livremente seguindo um caminho que vem dos Estados Unidos para a Arábia Saudita daí para o Líbano e deste para a Síria; tudo novinho em folha e eficiente.

Talvez já seja a hora de dizer que não concordo com o tratamento que o povo sírio está recebendo de seu governo; uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Se o governo sírio cair, quem garante saber o que virá depois? Cassandra ouvia Apolo e os inimigos da Síria e do povo sírio ouvem o diabo, mas não devem esquecer que se Bachar Al-Assad cair, vamos encontrar Estados Unidos, Arábia Saudita e Israel chorando pelas esquinas de arrependimento por falta de previsão. Se lhes interessasse o destino do povo sírio deveriam negociar com Bachar e levá-lo a realizar as reformas. Aliás, é bom lembrar, pela negociação muitos problemas no mundo teriam sido resolvidos, desde as margens do Eufrates até às do Nilo. Já que falamos de negociação, ainda é hora de resolver pela negociação o roubo do gás libanês que está ocorrendo no triângulo Palestina-Líbano-Chipre, antes que se tenha que retirar “colonos aquáticos” dentro em breve.

Voltando aos sauditas, toda a política do Reino tem como base o wahhabismo sunita que se julga capaz de qualificar ou desqualificar quem quer que seja neste planeta, nesta vida térrea. Há às vezes exceções, mas o objetivo é o mesmo, como no caso das milícias cristãs libanesas; tudo serve desde que sirva, em última instância, a wahhab-saud; a religião e o estado.

Se os rebeldes sírios e os infiltrados entre eles estivessem desarmados não precisariam de tanques para derrotá-los, ninguém é idiota neste meio, desde Bachar até o Baath, passando pelas Forças Armadas. A rebelião, ou melhor, as rebeliões, teriam sido esmagadas em horas e não durariam semanas a fio.

Quem conhece a Síria tem certeza que Al-Assad e os que o cercam e ou se beneficiam do regime não dão a mínima para religião. A religião, de forma deturpada, está na Irmandade Muçulmana, na Arábia Saudita, no Partido do Futuro, em Israel e só não está nos Estados Unidos porque lá os que se beneficiam do petróleo e das armas não têm deus nem pátria. Destacando o papel saudita na refrega síria só se pode notar a semelhança entre esta intervenção, negada, mas existente, com aquela ingerência em Barein; aqui apoiando rebeldes por serem sunitas e lá desapoiando revoltosos por serem xiitas. Por serem produtores de petróleo, Arábia Saudita e Irã têm interesses comuns e são muçulmanos, já que gostam de religião, mas aí se junta a fome com a vontade de comer: um é contra os xiitas e o outro adversário dos sunitas. Se a religião, a estreita e obtusa religião, não fosse o objetivo primeiro, seria o caso de lançar uma pergunta tardia: porque então combateram a casa Hachemita, descendente do Profeta Muhammad, tão sunitas quanto a Casa de Saud e a resposta é óbvia que sunita não importa e o que interessa é wahhabita. Bem se pode ir além afirmando que contra os sunitas hachemitas usaram os bons ofícios interesseiros dos cristãos britânicos. Isto pode, na Península Arábica e no País dos Cedros.

O terrorismo muda de qualificação como camaleão de cor e depende de como é visto, por quem, quando e onde. Nos atuais acontecimentos no Reino Unido não se ouve falar em terrorismo islâmico e ele estava presente na Noruega até se transformar em outro, mas ninguém o chamou de terrorismo cristão. Estes casos não irão ao Conselho de Segurança e Israel nunca cumpriu as resoluções do Conselho de Segurança das Nações e nem tampouco da Assembléia Geral, a não ser a metade de uma, e é difícil encontrar quem qualifica este comportamento de terrorismo judaico. A Arábia Saudita tem classificações para terrorismo dependendo do país e de seu interesse nele: Iêmen, Bareine, Síria, Palestina, Líbano, Egito, Tunísia e outros lugares deste planeta.

Pelo que ocorre com a rede Al Jazeera a imprensa deveria se engajar ao lado da verdade dos fatos, na apuração deles antes de publicá-los e não ficar papagaiando notícias que lhes vêm de interessados em pescar em águas turvas.

Falar a verdade também é cultura!