El Cid

Ter, 13/02/2007 - 01:00
Filho de nobre castelhano, nasceu perto de Burgos (1043-1099) e foi educado na arte de armas e letras. No breve reinado de Sancho II, se projetou pela coragem, nobreza e senso de justiça. Antes de Rodrigo se tornar El Cid, nas terras do norte cristão, se delineou uma contenda político-familiar digna da literatura de Shakespeare. O pai de Sancho, rei Fernando I, conseguiu unir os reinos cristãos mais importantes, Leon e Castela. Porém depois de sua morte em 1065, os filhos Sancho, Afonso e Garcia, disputaram a liderança dos territórios. Sancho, o primogênito, se aliou à Afonso, o predileto, contra Garcia, o mais novo. Derrotado, Garcia se retirou para a Sevilha alandaluza, onde brilhavam os torneios de poesia. Sancho partiu pra cima de Afonso e o fez prisioneiro. Afonso fugiu e se refugiou na magnífica Toledo de Al Mamum. Rodrigo Diaz e Sancho II estavam às margens do Douro. Ali, em terras da rica região vinícola apreciada pelos romanos, se desenrolou uma batalha posteriormente cantada em versos. Foi em Zamora, às margens do Douro, que um golpe provocou o assassinato de Sancho. Contam que a estratégia para acabar com o rei foi arquitetada em Toledo, pois Afonso se beneficiou com a perda do irmão e se tornou o líder da Castela cristã. Nada convenceu El Cid de que Afonso não estaria envolvido na morte de Sancho e, ainda assim, decidiu se manter aliado à trajetória do seu senhor, injustamente arrancado da história. Este episódio desencadeia uma coleção de contos, façanhas e cantares sobre o cavaleiro castelhano. Lendas ou não, muitas são as estórias sobre a vida de Rodrigo Diaz, lembrado no grande poema épico espanhol “El cantar del mio Cid”, obra anônima realizada entre 1189 e 1198, no calor da lembrança do guerreiro: "Cuando iba Mío Cid el castillo a dejar los moros cautivados se empiezan a quejar; ¿Te vás Mío Cid? Contigo nuestras plegarias van, pagados quedamos, señor, de tu bondad. Cuándo dejó Alcocer, Mío Cid, el de Vivar, los moros y las moras pusiéronse a llorar".