Prêmio Averroes 2010

Qua, 15/09/2010 - 15:45
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PRÊMIO AVERROES 2010 – PIONEIRO E COMPARTILHADOR

Entrega do Troféu Averroes e Concerto de Homenagens ao Prof. Dr. Luiz Hildebrando Pereira da Silva e ao Instituto Cervantes de São Paulo

 

DOMINGO, 19 DE SETEMBRO , 19H

SALÃO DE ATOS DO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA

Com Coro Luther King

Regência: Mº Martinho Lutero Galati

Curadoria: José Luiz Del Roio

Criação do Troféu: Jaime Prades 

 

ENTIDADES E INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS ÀS HOMENAGENS
Academia Brasileira de Ciências - ABC • Academia Nacional de Cuidados Paliativos - ANCP • Associação dos Médicos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP • Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – CEBES • Centro de Estudos da Mídia Independente Barão de Itararé • Cinemateca Brasileira / Ministério da Cultura •Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo – EPM-Unifesp •Faculdade de Medicina de Itajubá (MG) • Fundação Butantan • Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz/Ministério da Saúde • Fundação Zerbini • Hospital Premier • Instituto Butantan • Instituto Cervantes • Instituto de Ciências Biomédicas da USP • Instituto de Cultura Árabe – ICÁrabe • Instituto de Estudos Avançados – IEA/USP • Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de SP • Instituto Paliar • Instituto Vladimir Herzog • Memorial da América Latina • Ministério da Saúde • OBORÉ • Proativa Saúde • Rede Cultural Luther King • São Paulo Internações Domiciliares • Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos – Sobravime •Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC • TV USP /Canal Universitário de São Paulo • 

 

LUIZ HILDEBRANDO PEREIRA DA SILVA
Cientista, pesquisador e professor universitário. Formado pela Faculdade de Medicina da USP em 1953. Trabalhou de 1954 a 1956 na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraiba como assistente de  Samuel Pessoa. Em 1956, foi nomeado assistente de Parasitologia da Faculdade de Medicina da USP onde trabalhou até 1964, tendo obtido a Livre Docência em 1961. Demitido pelo Ato Institucional n.1, de 1964, foi nomeado Chargé de Recherches no French National Center for Scientific Research - CNRS (França) e voltou a trabalhar no Instituto Pasteur de Paris na Unidade de Genetique Microbienne de François Jacob. Voltou ao Brasil em 1968 e foi nomeado Professor de Genética na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) sendo, entretanto, demitido novamente pelo Ato Institucional nº 5, em abril de 1969. Volta à França e ao Instituto Pasteur, onde trabalhou até sua aposentadoria, em 1996. Foi sucessivamente Maitre de Recherches e Directeur de Recherches do CNRS, Professor do Instituto Pasteur, diretor da Unidade de Diferenciação Celular, Diretor da Unidade de Parasitologia Experimental, chefe dos Departamentos de Biologia Molecular e de Imunologia, além de Visiting Professor de Genética na Universidade de Harvard. Regressou ao Brasil em 1997.  Atualmente, dirige o Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais de Rondônia, onde  desenvolve pesquisas em Imunologia e Epidemiologia da malária. Foi eleito Professor Emérito da Universidade Federal de Rondônia e da  Universidade de São Paulo. Formou, nos últimos anos, pela Universidade Federal de Rondônia,  6 doutores e 15 mestres nestas disciplinas.  

 

AVERROES, UM HOMEM DO NOSSO TEMPO
por Jose Luiz Del Roio, curador do Prêmio Averroes

Estranho personagem este islâmico ibérico chamado de Abûl – Walîd  Muhammad Ibn Rushd, conhecido pelos judeus como Ben Rushd e pelo ocidentais como Averroes. O seu destino desenrolou-se em Al-Andalus (1126-1198), entre Sevilha, Cordoba e Marrakech. Importante lembrar que Al-Andalus do século XII representou, naquele momento, o ponto mais alto da cultura e da tolerância no ocidente. Averroes foi o filho mais representativo dos aspectos positivos da época. Ele viveu o apogeu e declínio desta cultura e pagou o tributo deste declive. Dirigente político e religioso, Averroes atuou como jurista, médico e filósofo. Curioso e estudioso sem fronteiras, tentou entender os fenômenos naturais e conhecer os espaços do planeta e do firmamento. Seu trabalho maior foi redescobrir e divulgar o pensamento filosófico dos antigos gregos, principalmente Aristóteles. Admirado e ao mesmo tempo colocado no ostracismo no mundo islâmico,  Averroes influenciou profundamente o judaismo, mas poucos o reconheceram tal fato. Teve inúmeros seguidores através dos séculos no ocidente cristão, mas a maioria deles chegaram a conclusões diversas - quando não opostas - sobre o seu pensamento. Mesmo abstraindo-se da complexidade de suas obras e de seu pensamento, a figura de Averroes representou o viver com ética, a sede do saber, a razão como método científico,  a tolerância  com outras culturas e a bondade em relação ao ser humano. Nove séculos depois de sua morte física, seu nome recusa o esquecimento e renasce mais uma vez, já que a base de suas indagações  filosóficas e políticas ainda permanecem atuais. E é isso que faz de Averroes um contemporâneo, um homem do nosso tempo.  

 

TROFÉU AVERROES
por Jaime Prades, artista plástico

Inspirado nos padrões florais em relevo das paredes da mesquita do Alhambra de Córdoba, criei os meus grafismos florais. Dessa forma, evitei apenas transportar e copiar os elementos da mesquita. Reinterpretando-os,  dei modernidade a eles e originalidade à peça.  A mesquita de Córdoba é o maior feito da cultura árabe na Espanha e símbolo do seu mais evoluído período. É o legado que algumas gerações, incluindo a de Averroes, deixaram para a humanidade. A peça inclui todas as maneiras de nomear Averroes. Seu nome no alfabeto latino, em árabe e como ficou mais conhecido. Oriente e ocidente juntos simbolicamente na expressão da letra - que é a manifestação do intelecto em linguagem. Averroes é a ponte por onde transita a tradição Grega, que traz em si as tradições egípcias e orientais. O arco entre as duas partes é a presença da cultura árabe simbolizada pela curva. O desenho do arco foi copiado do arco interno de sustentação das colunas da mesquita. A oxidação da peça é mais do que um mero recurso estético. Ela evita o brilho fácil e nos leva a procurar o valor além da matéria. A dramaticidade do material evoca o tempo e a fragilidade da condição humana. 

 

CORO LUTHER KING / REDE CULTURAL LUTHER KING
Fundada em novembro de 1970 por Martinho Lutero Galati, a Rede Cultural Luther King reúne pessoas de diferentes classes sociais, cores e credos, com o objetivo de expressar a música coral no seu sentido mais abrangente: cantando a cultura brasileira e dos povos que contribuíram para sua formação, convencida que a prática coral colabora para um maior desenvolvimento social dentro dos conceitos de paz, liberdade e igualdade. O Coro Luther King colabora ativamente para a construção do canto coral no Brasil, realizando música do passado e do presente, promovendo a difusão da literatura coral brasileira e internacional e a reflexão e o crescimento de seus integrantes. Muitos já passaram pelo King,  dedicando-se hoje ao estudo e à performance musical: Celine Imbert, Fabiana Cozza, Lutero Rodrigues, Regina Lucatto, Fábio Prado, José Palomares, Teco Galati, José Ferraz, Luis Marchetti, Elisa Zein. A Rede é formada por cerca de 100 cantores que integram os grupos: Coro Luther King, A Fábrica do Som - Escola de Formação de Cantores, e Officina Barocca – todos dirigidos por uma equipe de regentes, assistentes, chefes de naipe e professores de canto. Em 2007, com ousadia e ineditismo, é o primeiro Coro a organizar uma Temporada anual de Concertos  com assinaturas , na cidade de São Paulo, da qual participam parceiros importantes como  Inezita Barroso, Guinga, Ivan Vilela, Léa Freire, Marilia Medalha, Guello, Tito Martino e Fabiana Cozza. Em Dezembro de 2007 e Janeiro de 2008, apresenta-se nas principais salas de concerto de Milão e também na Sardenha, em Gênova e Veneza. Em 2008, canta Madama Butterfly, sob a direção de Carlos Moreno, com a  OSUSP, na Sala São Paulo. Realiza importante trabalho no fomento à pesquisa, divulgação literatura coral mundial com projetos de intercâmbio cultural, musical e humano, em diversos países como  Moçambique, Senegal, Burkina Faso, Camarões, Benin, Congo, Kenya, Tunísia, Cuba, Argentina, Chile, Venezuela, México, Alemanha, França, Portugal e Itália. Em agosto de 2010, recebe a Salva de Prata da Câmara dos Vereadores da Cidade de São Paulo pelos seus 40 anos de intensas atividades na área do canto coral.  

 

MARTINHO LUTERO GALATI
Regente de orquestra e coro nascido em Minas Gerais e radicado em Milão, Itália. Após concluir os estudos em Buenos Aires (Argentina), frequentou a Faculdade de História da USP. Entre 1980 e 1988,  completa sua especialização na Europa, estudando na Hungria e na Itália. Foi aluno de vários maestros e absorveu de cada um deles uma parte importante de sua formação. São eles: Jonas Christensen, Pablo Sosa, H.J.Koelheutter, Peter Erdei e Franco Ferrara. Uma importante etapa da sua formação foi o longo período de estudos sob a orientação do compositor italiano Luigi Nono. Em 1970, funda o Coro Luther King em São Paulo, e do qual é até hoje Diretor Artístico. De 1978 a 1984 vive na África trabalhando em pesquisa sobre a música tradicional a serviço da Unesco. Funda e dirige em Moçambique a Escola Nacional de Música, onde leciona regência e composição. Em 1987,  funda a Rede Cultural Cantosospeso em Milão,  sendo seu atual Diretor Artístico. Em 1988 recebe o premio André Segovia de regência em Santiago de Compostela (Espanha). Em 2002 recebe o título de Cidadão Benemérito da Cidade de Milão na Itália, título antes conferido somente a Carlos Gomes. E’ professor do Instituto de Musicologia de Milão, regente da “Piccola Sinfonica di Milano” e alterna a atividade de regente e compositor junto a importantes teatros da Itália, Alemanha e Suíça. Em agosto deste ano, foi agraciado com o título de Cidadão Paulistano em reconhecimento à contribuição artística e cultural à cidade de São Paulo.