O senador Eduardo Suplicy, em 2002, fez um pronunciamento conclamando aos Estados Unidos que não usassem meios bélicos para derrubar Saddam Hussein. Usou como argumento o fato de a opinião pública mundial, com manifestações em grandes cidades, opunham-se veementemente à eminente invasão. Suplicy, no entanto, que afirma acompanhar a situação no Iraque desde a guerra Irã-Iraque, apenas agora em 2008 enxergou, ainda que limitadamente, a realidade atual do país. O pontapé inicial para a viagem que fez agora em janeiro foi dada por Sérgio Vieira de Melo, o coordenador das ações da Onu logo após a invasão dos Estados Unidos. “Fiz sugestão a ele para que propusesse aos iraquianos, pois tinham grande reserva de petróleo, que instituíssem uma renda básica para todos os habitantes. Sérgio Vieira de Melo disse que a proposta era boa e positiva e que ele iria encaminhar a proposta às autoridades. Conversou com J. Paul Bremer III, embaixador pela administração do Iraque após Hussein, que chegou a formular a sugestão, em 23 de junho, em discurso durante o a Cúpula do Reconciliation Center, realizado em Aman. Dia 1º de agosto, Sérgio Vieira de Mello me telefonou de Bagdá e falou que a proposta estava sendo bem acolhida, que inclusive a missão do Banco Mundial havia considerado a proposta factível. Infelizmente, dia 19 de agosto ele foi assassinado. Fiquei um tempo sem saber o andamento da proposta”. Leia a entrevista do senador Eduardo Suplicy sobre sua recente viagem ao Iraque, realizada em janeiro de 2008. No país que há cinco anos sofreu a invasão dos Estados Unidos, o senador enxergou a contradição entre autoridades formais mas ilegítimas, já que experimentou o clima de violência que reina o país.