1ª Mostra de Cinema Árabe de Goiania (GO)
Nos dias 27 e 28 de agosto, o Centro Cultural Eldorado dos Carajás, em Goiânia, realiza, em parceria com o ICArabe, a 1ª Mostra de Cinema Árabe de Goiania. O evento ocorre no Centro Municipal Goiânia Ouro - Cine ( Rua 3 esq. c/ rua 9, nº 1016 - Centro). Veja abaixo a programação.
Data: 27 de agosto de 2010.
Horário: 12h
Local: Centro Municipal Goiânia Ouro- Rua 3 ( Galeria Ouro) Centro.
A ESPERANÇA EM UM TIRO DE ESTILINGUE
Direção: Inka Stafrace, Austrália, 2008,61 min
Instigada pelas crescentes ondas de racismo contra árabes e muçulmanos no seu país de adoção, a Austrália, a cineasta Hinka viaja à Cisjordânia para tentar descobrir as razões do conflito permanente naquela região. Aos poucos, ela vai enxergando as raízes da luta desigual, a violência do plantio de árvores por colonos judeus, a humilhação nos check points e principalmente, a decisão de resistir mesmo diante de todas as injustiças. Didático e corajoso, o filme mostra como o agricultor palestino vê sua terra roubada sob o governo militar israelense, que também retira dele os direitos básicos de sobrevivência. Este é apenas um dos inúmeros procedimentos que “Esperança em um tiro de estilingue” desconstrói para arrancar o véu com que a mídia internacional oculta a brutalidade da ocupação israelense nos territórios palestinos.
A TERRA FALA ÁRABE
França, 2007, 61m
Direção e roteiro: Maryse Gargour
No final do século XIX, irrompe no cenário europeu o sionismo, movimento político ainda minoritário entre os judeus. Conforme foi teorizado por seus líderes, tratava-se do desejo de se criar um Estado judeu em algum lugar do mundo, particularmente na Palestina. O subseqüente movimento de imigração em massa de judeus para a região teve efeitos devastadores sobre a população local, que passou a ser progressiva e paulatinamente desenraizada e expulsa da terra. Mais que tentar provar um ponto de vista, o filme dá voz a um dos principais historiadores palestinos da atualidade. Trata-se de Nur Masalha, que explica a história de seu país antes da criação do estado de Israel de maneira clara, ponderada, baseada tanto na vivência de seus antepassados como em arquivos israelenses recentemente abertos.
Data: 27 de agosto de 2010
Horário: 15h
Local: Centro Municipal Goiânia Ouro- Rua 3 ( Galeria Ouro) Centro.
AL NAKBA (a catástrofe)
Documentário, Catar, 100m, 2007
Direção: Rawan Damen
Produto de um trabalho inédito de pesquisa rigorosa em arquivos ingleses do período do governo britânico da Palestina (1922-1948), o documentário revela momentos pouco explorados da história palestina, acompanhados de uma reflexão profunda de estudiosos tanto israelenses, como palestinos e ingleses. Aborda, como um todo, o período que vai de 1799 a 1947, denunciando o papel do mandato britânico na colonização da Palestina e a preparação da chamada al nakba, a tragédia do povo palestino. Levanta, em última instância, a noção de que o mesmo processo de expulsão, desapropriação e desenraizamento da população palestina, iniciado em 1947, continua vigente até os dias de hoje.
Data: 27 de agosto de 2010
Horário: 20h
Local: Centro Municipal Goiânia Ouro- Rua 3 ( Galeria Ouro) Centro.
FILMES RUINS, ÁRABES MALVADOS. COMO HOLLYWOOD VILIFICOU UM POVO
Documentário, Estados Unidos. 60m
Direção: Sut Jhally
Baseado no livro “Reel Bad Arabs”, de Jack Shaheen com Dr. Jack Shaheen
Documentário que expõe de maneira detalhada como o cinema de Hollywood, desde o início da sua história até os mais recentes blockbusters, mostrou os árabes de forma distorcida e preconceituosa. O filme tem como apresentador o aclamado autor do livro “Reel Bad Arabs”, Dr. Jack Shaheen, Professor da Universidade de Illinois e estudioso do assunto. O filme faz uma análise, baseado em uma longa lista de imagens de filmes, de como os árabes são apresentados como beduínos bandidos, mulheres submissas, homens violentos, sheiks sinistros ou idiotas perdulários, ou ainda como terroristas armados e prestes a explodir pessoas e lugares. Uma maneira brilhante de mostrar em uma narrativa bem construída, como as imagens contribuíram e contribuem para formar os estereótipos em torno dos árabes, suas origens e sua cultura. Para escrever o livro, o autor analisou mais de 900 filmes, o que possibilitou formar esta contranarrativa, reforçando a necessidade de mostrar a realidade e a riqueza da Cultura e da História Árabes. O filme foi exibido em diversos festivais nos EUA, Europa e Mundo Árabe e recebeu o apoio do Comite Antidiscriminação dos Árabes Americanos.
NÓS E OS OUTROS: UM RETRATO DE EDWARD SAID
Documentário,França,2003,54m
Direção: Emmanuel Hamon
O reconhecido e renomado intelectual palestino foi retratado pela cineasta francesa Emmanuel Hamon que passou vários dias em contato com Said e sua família um pouco antes de sua morte em 2003. Documento sensível que oferece um olhar especial dos momentos finais da vida deste grande intelectual.
Data: 28 de agosto de 2010
Horário: 12h
Local: Centro Municipal Goiânia Ouro- Rua 3 ( Galeria Ouro) Centro.
SOBRE BAGDÁ
Gênero: Documentário, EUA, 60m, 2004
Direção: Sinan Antoon
Em julho de 2003, o escritor e poeta Sinan Antoon retorna a Bagdá para ver seu país após tantas guerras, sanções, décadas de opressão e violência e, agora, ocupação. Antoon nos leva a uma jornada que mostra o que os iraquianos pensam e sentem sobre a situação pós-guerra e a complexa relação entre os EUA e o Iraque.
Sobre Bagdá é uma viagem aos corações e mentes das centenas de iraquianos encontradas em Bagdá. Iraquianos de diferentes origens étnicas e orientações políticas falam sobre o passado de horrores e os medos do presente. São reflexões sobre o legado traumático da ditadura, que também abordam a resistência de pessoas que permaneceram por anos obscurecidas e desumanizadas por trás da imagem de Saddam. De poetas a políticos, de senhores idosos a soldados americanos, o filme navega pelos motivos que separam iraquianos e estadunidenses.
ESCRITORES NAS FRONTEIRAS
Documentário, vários países, 2004, 80m.
Direção: Samir Abdallah e José Reynes,
Aborda a viagem de oito escritores do Parlamento Internacional de Escritores (José Saramago, entre outros) que visitam o renomado poeta palestino Mahmud Darwish na Palestina, durante o seu exílio em sua terra.
Data: 28 de agosto de 2010
Horário: 15h
Local: Centro Municipal Goiânia Ouro- Rua 3 ( Galeria Ouro) Centro.
ZIGZIGLAND
EUA / Palestina, 2006. 92 min.
Direção: Nicole Ballivian
Elenco: Bashar Da’ar
Crônica bem humorada de um dia na vida de Bashar, ator palestino e taxista em Hollywood. O constante fluxo de passageiros traz estórias de atentados suicidas, Cat Stevens, Bush e a guerra do Iraque; lembranças do teatro Al Kasaba, em Ramallah, Palestina, em meio a sérios problemas com o departamento de imigração e o Homeland Security. Baseado em histórias verídicas. Prêmios de Melhor filme e Melhor Ator Amal Film Festival, Espanha; Prêmio do Público Arabian Sights Film Festival, entre outros.
CRIANÇAS DE IBDAA
Documentário Palestina-EUA, 2002, 30m.
Direção: Sarah Smith Patrick
Ibdaa, que em árabe significa “criar algo do nada”, é a história, de luta e aspirações, de um grupo de dança de crianças palestinas.
Data: 28 de agosto de 2010
Horário: 20h
Local: Centro Municipal Goiânia Ouro- Rua 3 ( Galeria Ouro) Centro.
A PORTA DO SOL
Egito-Palestina-França, 2006. 240 min
Direção: Yousry Nasrallah
Elenco: Rim Turki, Orwa Nyrabeya, Hiam Abbass, Bassel Khay y at, Nadira Omran (Om-Hassan), Hala Omran (Chams), Mohtasseb Aref, Hanan El-Haj-Aly, Fady Abou-Samra
Filme retratado em dois episódios, conta a história de Yunis, um velho palestino da resistência que está em coma em hospital nos arredores de Beirute. Sua trajetória é narrada por Khalil, enfermeiro que fica a seu lado dia e noite, recusando-se a admitir que seu herói jamais ganhe consciência novamente. Vemos sua infância, seu casamento com Nahila, sua ausência no momento em que sua vila é destruída em 1948. Na segunda parte, Khalil fala de sua própria vida, sobre a guerra civil libanesa. Trata-se de um filme de ficção, mas que tem como pano de fundo a história palestina e mostra, com clareza e beleza, imagens difusas ao longo dos anos de ocupação. Mostra a humanidade e, com delicadeza, o enorme sofrimento de um povo que perde o seu lar e a sua pátria.