Nos seus dois primeiros livros (“Elegbara” e “O Trono da Rainha Jinga”), o escritor Alberto Mussa se dedicou a contar histórias relacionadas com a cultura afro-brasileira. Formado em Letras, com mestrado em lingüística dedicado ao estudo das línguas africanas faladas no Brasil, o autor se voltou para um aspecto da história do Brasil que fazia parte de suas próprias origens. “Estudei muito a cultura africana, o candomblé. Também porque, pelo lado da minha mãe, que é uma família do Nordeste, desde muito cedo freqüentei terreiros de umbanda. Eu fui capoeirista, meu tio é compositor de escola de samba”. No entanto, a partir de 1996, e até 2004, Mussa se voltou para o estudo da poesia árabe pré-islâmica, um contato que na verdade lhe ensinou um pouco sobre outro lado de sua própria origem - é descendente de árabes por parte de pai. “A família do meu avô era da Palestina, mas nasceu no Líbano. Minha avó nasceu no Líbano, e tinha ligações com o Egito, em Alexandria”. O estudo dessa poesia pré-islâmica teve como resultado dois livros. Um não planejado, o seu último romance, "O Enigma de Qaf", lançado no final de 2004 e premiado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). O outro é um livro, já pronto, que será lançado no início de 2006, “Os Poemas Suspensos” (al-Muallaqat), com a tradução de vários poemas pré-islâmicos, a primeira vez direto para o português.