Amal Murkus, cantora palestina, veio ao Brasil para fazer quatro apresentações, promovidas pelo Instituto Jerusalém. Três delas já ocorreram, nos Sescs de São Paulo, São José do Rio Preto e de Campinas. Sua última apresentação ocorre na próxima quinta, dia 2 de outubro, na Estância Guanabara, também Campinas. Depois ela parte para apresentação na Suécia. Durante toda entrevista que concedeu ao Icarabe, além da conversa, também chamava a atenção a imagem da cantora. Além de uma mulher linda na casa de seus 40 anos, tentava enxergar nela aquilo que muitos palestinos vêem, um símbolo nacional, um sentimento da terra natal, uma voz que equivale a uma bandeira. Seu mais recente CD é "Na’ na’ ya Na’ na’", de 2007. Nele, diz ter feito uma renascença da música tradicional palestina. Na verdade, sendo a maior cantora palestina da atualidade, colocou sobre seus ombros responsabilidade de reconstruir uma tradição que não dependa de Líbano, Síria ou Egito. No fim da entrevista, ela faz questão de mostrar uma caneta, bonita aos olhos, com seu nome e a data de seu nascimento costurados. Foi um presente que ganhou de prisioneiros palestinos encarcerados em Israel. “Hoje, são 11 mil”. Uma das esperanças da cantora é colocar a luta palestina em um contexto maior, mais abrangente, que não os deixe sozinhos. “Veja a África, quantas pessoas estão com fome, veja a Índia, a China, quantas pessoas morrem, veja o Egito. Os palestinos não são os únicos a sofrer. Todos os seres humanos no mundo estão sendo usados por países ricos. Isso não é apenas a questão palestina, essa é minha esperança, pois não é apenas a minha luta”.