Artistas refugiados expõem trabalhos sobre a temática do refúgio no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro

Ter, 20/09/2016 - 08:50
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O mundo enfrenta atualmente a mais grave crise humanitária de refugiados e deslocados internos. Fugindo de guerras, conflitos armados, perseguição religiosa ou étnica, mais de 65 milhões de pessoas – a metade crianças – foram forçadas a deixar seus lugares de origem, segundo relatório da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

Buscando dar uma nova perspectiva a essa temática global, o Museu do Amanhã, em parceria com a Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, apresenta a exposição "Horizontes Possíveis – Arte como Refúgio", em cartaz a partir da próxima terça-feira, dia 13 de setembro.

São 11 obras feitas por quatro artistas da Síria e da República Democrática do Congo que se refugiaram no Rio e foram inseridos no grupo de estudos HARP (Plataforma de Pesquisa em Arte Humanitária, na tradução da sigla em inglês) coordenado por Felippe Moraes, curador da mostra.

Uma primeira exposição deste grupo já foi realizada este ano, na Fábrica Bhering, na Região Portuária. A ideia do HARP é estimular a prática artística como forma de inserir os artistas refugiados na cena cultural carioca e estimulá-los a não abandonar seus trabalhos, mesmo depois de vivenciarem traumas.

"Antes de se tornarem uma estatística, por serem atingidos por graves problemas sociopolíticos do mundo, são pessoas com subjetividade, história e criatividade para se expressarem, contarem suas histórias e também educarem o público sobre arte, situações humanitárias e sobre como podemos viver juntos dividindo um mesmo espaço", afirma Felippe Moraes.

De acordo com o curador, mais do que a arte, a exposição mostrará que o outro é mais do que um retrato de uma situação de conflito. "O refugiado é uma pessoa que tem sonhos, aspirações e força criativa. E isso pode ser inspirador para admirarmos um mundo artístico sob a visão de quem vivenciou esta situação", complementa.

A exposição traz obras dos artistas Ali Abdulla e Anas Rjab, que deixaram a Síria para fugir da guerra civil instalada desde 2011, que já tirou a vida de mais de 280 mil pessoas. Serge Makanzu Kiala e Keto Kabongo, também integrantes da mostra, cruzaram o Atlântico para fugir da violência de seu país, a República Democrática do Congo, que enfrenta conflitos armados há quase 20 anos por disputas de poder.

 

Serviço:

Exposição Horizontes Possíveis - Arte como Refúgio

Quando: 13 a 25 de setembro, das 10h às 17h

Onde: Área do lounge do Museu do Amanhã (ala Oeste)

Quanto: valor embutido no ingresso para entrada do Museu

Mais informações: http://www.museudoamanha.org.br/pt-br/exposicao-horizontes-possiveis-art...

 

Fonte: ACNUR