13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema: auditório lotado e muita emoção na abertura no CineSesc
A abertura da 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, no CineSesc, na última quarta-feira, 8 de agosto, confirmou o sucesso que o evento vem fazendo a cada ano na cidade de São Paulo. A cerimônia teve sala lotada, exibição do filme Wajib - Um Convite de Casamento (veja o trailer aqui) e presença do diretor Omar de Barros Filho, do documentário “A Palestina Brasileira” (veja as imagens abaixo e acesse aqui o álbum de fotos).
A 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), Sesc, Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil, com copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. A programação vai até o dia 27, com 23 produções (acesse o site para saber mais: www.mundoarabe2018.icarabe.org )
O presidente do ICArabe, Mohamed Habib, o presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, Gilson Packer, gerente geral do Sesc, e Sueli Voltarelli, gerente geral do CCBB-São Paulo.
"Trazendo filmes para serem exibidos no Cinesesc e no CCBB, a mostra traz uma contribuição fortalecedora da integração cultural entre Brasil e América Latina e o Mundo Árabe. Essa décima terceira edição consagra-se como o maior evento de exibição cinematográfica árabe em terras paulistas e tornou-se parte integrante do calendário cultural do estado. A integração cultural entre povos nunca foi tão importante quanto hoje, com a conjuntura cultural que estamos vivendo. Salvar e resgatar o diálogo cultural, a meu ver, é a única porta que está aberta para salvar a harmonia social e o humanismo entre o povo e a sociedade”, ressaltou o presidente do ICArabe, Mohamed Habib.
Em seu discurso, Hannun afirmou que a Câmara Árabe “tem muito orgulho de participar e apoiar” a mostra. “A Câmara Árabe acredita demais na importância da cultura para a integração e – por que não – para o comércio”, destacou. Para ele, a partir do intercâmbio cultural são construídas relações duradouras em outros campos, como o econômico e o social.
O gerente geral do CineSesc, Gilson Packer, ressaltou as produções nacionais na Mostra. “O destaque das produções nacionais são exatamente o desafio de fazê-las. Como, por exemplo, o filme “A Palestina Brasileira”, realizado por Omar de Barros Filho, que está aqui conosco nesta abertura. São produções que demoram 1, 2, até quatro anos para ficarem prontas, dependendo da produção. No Brasil é quase um milagre conseguir terminar um filme e é isso que deixa o festival ainda mais importante. Agradeço a presença de todos e aproveitem bem a mostra".
Sueli Voltarelli, gerente do CCBB-SP, ressaltou que, para o CCBB, a iniciativa de patrocinar a mostra reforça o compromisso da instituição de promover acesso à cultura e contribuir para o desenvolvimento da sociedade brasileira, oferecendo ao público a oportunidade de conhecer importantes produções da cultura árabe. "Agradecemos a todos os que tornaram possível a realização desse projeto, em especial o Instituto da Cultura Árabe e convidamos os presentes para prestigiar a programação exibida no CCBB-SP".
Omar contou como surgiu a ideia de seu filme. “Começou primeiro com uma viagem que eu fiz à Espanha, com a firme determinação de encontrar um tema que justificasse a ideia de filmar, até que recebi um boletim da Câmara Árabe de Comércio, que informava que o Rio Grande do Sul foi o estado brasileiro que mais recebeu palestinos após a fundação do estado de Israel. Passei a me dedicar ao tema, escrevi a proposta, o roteiro e agora está pronto. Para nós, aceitar esse convite foi extremamente gratificante, pois poucas vezes se vê, no cinema ou na televisão, um drama palestino visto pelos palestinos. A nossa estratégia foi dar voz às famílias que deixaram a Palestina a partir da fundação do Estado de Israel, em 1948, se estabeleceram no Brasil, mais especificamente no Rio Grande do Sul, e reconstruíram suas vidas. A Palestina Brasileira é um filme de memórias, de sentimentos, de emoções represadas, é um documentário que constrói uma ligação entre os palestinos que deixaram sua terra natal e aqueles que permaneceram, essa é a linha que conduz o filme, que é a de estabelecer um elo entre aqueles que se foram e aqueles que permanecem. Nesta mostra, através das histórias tem muita informação sobre a Palestina e nós temos hoje o privilégio de mudar e precisamos mudar enquanto é tempo".
Homenagem a José Farhat
A abertura também ficou marcada pela homenagem do Instituto da Cultura Árabe ao cientista político José Farhat, diretor de Relações Internacionais do Instituto, que faleceu em maio deste ano (veja abaixo).
“Um homem que honrou sua passagem pelo mundo”, disse, emocionado, Mohamed Habib, ao convidar ao palco Sabrina Farhat, filha do professor José Farhat, para entrega da placa de homenagem. “Ele continuará vivo em nossa memória por tudo aquilo que produziu, de atuação, de trabalho, de orientação, de sabedoria, de conselhos, de palestras e de artigos publicados.”
"Que essa mostra seja mais um momento de integração entre nossos povos. Eu agradeço esse momento e peço que vocês aproveitem essa mostra, que ela tenha reconhecimento internacional para que a gente possa caminhar cada vez mais para um mundo livre", disse Sabrina.
Contribuindo para a história do cinema árabe no Brasil
A Mostra Mundo Árabe de Cinema surgiu em 2005, logo após a criação do Instituto da Cultura Árabe, em 2004, como uma entidade laica e sem fins lucrativos.
O objetivo da Mostra Mundo Árabe de Cinema sempre foi (e continua sendo) o de apresentar ao público brasileiro a cinematografia dos países árabe e de temática árabe, contribuindo para desfazer os estereótipos e retratando a realidade dos países árabes.