Palestra Aberta/Aula Inaugural III na FFLCH/USP: "A Magia Egípcia na raiz da Filosofia Hermética", com o Prof. Thomas de Toledo - 21 de agosto - São Paulo/SP
Resumo
A Filosofia Hermética influenciou profundamente a cristandade ocidental e o mundo árabe-muçulmano. Ela é produto da Escola de Alexandria, quando a cultura egípcia antiga e a grega clássica encontraram-se durante o período helenístico, num ambiente onde o gnosticismo e o neoplatonismo floresciam. Entretanto, para interpretar os textos herméticos de forma diacrônica, é preciso recuperar as cosmogonias egípcias de Khmunu (Hermópolis), Iunnu (Heliópolis), Mennefer (Mênfis) e Wast (Tebas), e conceitos egípcios originais como "heka" (magia/feitiço) e "netjer" (divino/divindade). Com essas chaves analíticas, pode-se revisar algumas partes do Corpus Hermeticum (Poimandres, Discurso de Iniciação/Asclepius e Tábua de Esmeralda), segundo a cosmovisão egípcia, evitando os filtros que prevalecem nas leituras ocidentais desde o Renascimento. Com este método, os princípios elementares da filosofia hermética podem ser compreendidos mais próximos de seu sentido original.