Salem Nasser faz palestra sobre Oriente Médio a jornalistas da Folha
O professor começou respondendo à provocação contida no titulo da palestra que levantava a hipótese de que estivéssemos assistindo a uma segunda revolução no Irã. Lembrou que muitos pensaram as manifestações de 2009 como sendo esse segundo momento revolucionário e que, se a revolução a que se faz referência é uma virada em direção à moderação, o Irã já tinha vivido um momento assim, talvez mais intenso, sob Khatami.
Reforçou a importância de se ter em mente a força da revolução de 79 e de registrarmos as suas duas maiores marcas: o governo do Islã e uma clara vontade de autonomia política. Não se poderá, disse, entender o Irã, sem levar essas marcas misturadas a um profundo orgulho da própria história e um senso de pragmatismo.
Explicou a atual aproximação entre o Irã e o Ocidente como sendo muito mais a consequência de mudanças na posição dos Estados Unidos e seus aliados do que naquela da República Islâmica.
É verdade, disse, que os iranianos mandaram sinais positivos que servem ao Ocidente para justificar seus gestos, mas também é verdade que os iranianos não mudaram essencialmente suas posturas em relação ao programa nuclear e que Rouhani não deixa de ser um presidente saído do coração do sistema político iraniano.
A mudança de posição Ocidental é considerada pelo professor a conseqüência de reviravoltas do equilíbrio de poder no Oriente Médio, na medida em que, entre outras coisas, a evolução da crise síria, demonstrou claramente a vitória parcial do Irã e seus aliados, os limites do poder americano e a volta em força da Rússia à política regional.
Do site da Direito GV em
http://direitogv.fgv.br/noticia/salem-nasser-faz-palestra-sobre-oriente-medio-jornalistas-folha