Art Dubai terá espaço dedicado à América Latina
“A ideia para o Marker 2015 é tentar ser o mais abstrato possível nas conexões feitas entre o Oriente Médio e a América Latina. O importante é que as semelhanças, as pontes e os pontos de ruptura apareçam de formas diferentes para cada pessoa”, explicou Freitas, sobre o conceito da mostra, em entrevista por e-mail à ANBA.
“Ao focar nas diferentes disciplinas: arte sonora, vídeo arte, performance, editoras e, por fim, uma pequena exposição, o objetivo é trazer projetos com significância e tentar mostrar uma ideia do que se está produzindo na América Latina hoje em dia”, disse a curadora.
Quem visitar o Marker verá pinturas, desenhos e esculturas de variados artistas latino-americanos. A mostra terá ainda uma parceria na exibição de livros da editora paulista Tijuana e da editora de Dubai The State, com obras de autores independentes. A parte de vídeos contará com as produções levadas pela Videobrasil, associação com sede em São Paulo.
Os sons produzidos pelo artista mexicano Mario García Torres poderão ser ouvidos em cadeiras especialmente criadas pelo argentino Nicolás Robbio. As performances da colombiana Maria José Arjona também farão parte do Marker, espaço que terá ainda obras do Novo Museu Energia de Arte Contemporânea (La Ene), de Buenos Aires.
Para Freitas, as grandes comunidades árabes em países da América Latina influenciaram a cultura e a sociedade locais, criando importantes ligações entre as duas regiões, mas que ainda devem ser expandidas. “No que toca às diversas artes, acho que existem sim várias pontes já feitas, mas no caso particular da arte contemporânea existe ainda um grande caminho a percorrer. No fundo, são quase lados opostos do globo”, avaliou.
A curadora afirma que o importante é que cada pessoa que visitar a mostra possa apontar seus próprios pontos de identificação entre as culturas árabe e latina. “Porém, podemos, sim, dizer que existem sem dúvida pontos de convergência: temas políticos, de arquitetura, culturais e mesmo alguns fatores físicos, como a meteorologia, os hábitos sociais ou ainda o sentimento positivo que se sente em ambas as regiões”, destacou.
Descendente de libaneses, Freitas já havia participado da Art Dubai, em 2013, e foi curadora-assistente da bienal de Marrakesh, no Marrocos, em 2009. A carioca também já viajou para Síria e Líbano, sempre em contato com galerias, curadores e projetos de arte da região.
Em sua nona edição, a Art Dubai irá apresentar obras de 90 galerias dos Emirados e de diversos países do mundo. A mostra é dividida em três programas diferentes: Contemporâneo, Moderno e o Marker, que a cada ano foca em um tema ou região geográfica específica.
Mais informações sobre o Marker 2015 estão disponíveis no link http://artdubai.ae/marker/2015.