Em São Paulo, areias do Marrocos e Egito
Exposição na capital paulista traz areias de diferentes partes do mundo. Amostras do Cairo e de Merzouga fazem parte da iniciativa, que pode ser vista até dia 29 de julho no Cientec, da USP.
A sala de exposição fica dentro do Parque de Ciência e Tecnologia (Cientec) da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, e na escada que dá acesso a ela, um cartaz na parede traz escrito: “Você sabe de onde vem a areia?”. Ali começa a trajetória da mostra “Areias do Mundo” que apresenta cientificamente a origem das areias e os vários tipos delas em diferentes partes do globo, inclusive nos países árabes Egito e Marrocos.
Em um pequeno recipiente de vidro estão alguns grãos do Cairo, no Egito. Eles podem ser vistos mais de perto com uma lupa, mas uma explicação escrita ao lado informa que são fragmentos de rochas calcárias, que eram utilizadas na construção das pirâmides. A amostra de areia egípcia que se encontra na exposição é clara, parece pastosa, lembra calcário mesmo.
Em outro recipiente estão alguns grãos de areia da Merzouga, no Marrocos. Trata-se de uma pequena aldeia no deserto do Saara, perto da fronteira com a Argélia. Segundo informações da legenda, a areia local é fosca devido ao choque incessante dos grãos transportados pelo vento. No deserto há muito vento. “O vento é um agente que promove abrasão dos grãos, e sua boa seleção”, diz a explicação, ressaltando o formato dos grãos, pequenos e arredondados.
Só vendo as diferentes areias já é possível ter uma pista de onde elas vêm. Elas se originam nas rochas, e boa parte das suas características vêm dessa maternidade. A exposição mostra pedaços de rochas, seguidas por sedimentos e depois por grãos, e uma demonstração do processo em que a rocha vira areia. Segundo o material informativo da exposição, é considerada areia uma partícula que varia de 0,062 milímetro até 2 milímetros.
A exposição traz amostras de areias de lugares bem exóticos, como Fumarole Bay, em Deception Island, na Antártica. Seus grãos são pequenos, grandes e pretos. A areia de Black Beach, de Vik, na Islândia, também tem pedrinhas pretas, mas pequenas. Os grãos de Okinawa, no Japão, são amarelinhos e de um formato exótico. Nem parecem areia. De Poipu Beach, em Kauai Island, na Havaí, há uma areia amarela escura e bem fina.
A mostra tem também areias da Ilha da Reunião (território francês), Grécia, Austrália, Bolívia, Canadá, Nova Zelândia, Chile, México, Barbados, Colômbia e Tailândia, além de locais no Brasil como os Lençóis Maranhenses, no Maranhão, e Ilhabela, no litoral paulista.
Há ainda quadros que trazem uma foto da praia ou local onde está a areia, junto com uma imagem dos grãos em primeiro plano e da localização da cidade respectiva no globo. Quadros do Cairo, no Egito, e Merzouga, no Marrocos, podem ser vistos junto com dos demais países que também têm areias na mostra. A exposição traz ainda uma grande maquete do litoral paulista e painéis com imagens de mais tipos de areias, além de informações sobre o tema.
A curadora da mostra é a professora do Instituto de Geociências (IGc) da USP, Christine Bourotte. De acordo com informações publicadas no Jornal da USP, a exposição é resultado de um projeto com verba da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), coordenado por Bourotte com participação dos seus alunos. As amostras de areais foram coletadas pelos estudantes e também doadas por institutos e pesquisadores de outras partes do mundo.
Serviço:
Exposição “Areias do Mundo”
Até 29 de julho de 2017
Parque de Ciência e Tecnologia (Cientec) da USP
Av. Miguel Stéfano, 4.200 – Água Funda – São Paulo (em frente ao Zoologico)
Visitação de segunda-feira a sábado, das 9h às 16h
Entrada gratuita
Mais informações: +55 (11) 5077 6304 e parquecientec@usp.br
Legenda da foto: Imagens com praias e areias do mundo
Crédito da imagem: Isaura Daniel/ANBA