Mariam Said e uma tentativa de coexistência
De 17 a 28 de outubro, o Itaú Cultural realizou Seminário Internacional de Ações Culturais em Zonas de Conflito. Participaram pensadores e atores sociais do Brasil, Colômbia, Estados Unidos, França, Israel, Líbano, México, Peru e Sérvia. Foram abordados vários temas, mas um em particular foi a forma com que a mídia noticia os conflitos na linha de combate.
No dia 20 de outubro foram encerrados os debates em alto estilo, com a presença da Sra. Mariam Said, viúva do escritor palestino Edward Said. Para todos os presentes fio muito emocionante, para mim, em particular, foi uma grande honra conhecê-la.
Ela passou um vídeo de 90 minutos, o qual mostra o trabalho feito pela Fundação Said-Barenboim junto com o maestro Daniel Barenboim, com jovens músicos da Síria, Líbano, Jordânia, Egito, Palestina e Israel. Esta orquestra, que já se apresentou em vários países do mundo, mostra que a música, o diálogo, o respeito religioso e a cultura podem ser a arma mais poderosa para o entendimento entre os homens e assim chegarmos à paz. A Orquestra se apresentou no Marrocos e em Ramallah, o que foi um momento muito especial para todos, pois, pelos problemas políticos e diplomáticos, não poderiam tocar lá.
O Governo Espanhol providenciou passaportes diplomáticos para todos e para que a segurança fosse total. O maior sonho é poder apresentar-se em todos os países árabes.
Estes jovens estudam na Andaluzia, onde fica a Fundação, e recebem todo o apoio do Governo espanhol. A Sra. Mariam Said, que é libanesa, continua divulgando pelo mundo o trabalho de seu falecido marido. São Paulo, esta grande metrópole, e eu pessoalmente tive o privilégio de ver, escutar e debater com esta mulher tão inteligente e ativa.