Um sopro de esperança
O Gallup informou semana passada que 63% dos israelenses e 66% dos palestinos continuam apoiando o processo de paz. No entanto, nem tudo é esperança, pois somente 29% dos israelenses e 18% dos palestinos entrevistados acreditam que uma paz duradoura é possível.
Os responsáveis por isto são os extremistas energúmenos de ambos os lados, despidos de sentimento humano, egoístas e cegos de fundamentalismo nojento.
Apesar deles, há esperança à vista e eles acabarão derrotados
Decentes e realistas de ambos os lados, árabes e israelenses, vêm na dupla Barack Obama e Hillary Clinton, se cumpridas as promessas de campanha, uma esperança de paz, ainda no primeiro mandato.
A despeito dos rancorosos e abusados de ambos os lados, há mais sinais alentadores. Os líderes israelenses Ehud Olmert, Tzipi Livni, Ehud Barack e Shimon Perez estão atualmente matutando sobre a reativada oferta de paz proposta em 2002 pelos sauditas e incorporada pela Liga dos Estados Árabes, que propugna pelo fim da ocupação de terras árabes, tratamento justo para os refugiados e normalização de relações de Israel com os 22 Estados árabes. Os mencionados líderes israelenses concordam agora que a retirada de territórios árabes torna a paz regional viável e torna uma segurança duradoura para Israel possível.
A mencionada pesquisa Gallup sugere que com interferência do novo presidente estadunidense é possível que Hamas e Fatah se reconciliem e terminem com a contenda fratricida. O Egito já vem trabalhando esta conciliação.
O Hizbullah está participando do governo libanês e está negociando o seu status de milícia com o governo e poderá se integrar ao Exército libanês. Os indícios de acontecimentos sadios são claros: o Líbano tem hoje relações normais com a Síria e assinou um acordo com o Irã.
Há mais sinais de esperança na região. Mahmud Ahmadinajad felicitou Obama pela eleição e ambos vêm demonstrando sinais de reaproximação entre seus países, o que é uma garantia para a estabilidade regional. Não se deve esquecer que enquanto o Irã continuar isolado e sendo tratado como inimigo ele não contribuirá com qualquer avanço.
A solução do problema iraquiano encontrará seu eixo com a paz regional e a retirada dos estadunidenses de seu território.
Já tivemos inúmeros períodos de esperança nestes decênios que passaram e só tivemos decepções. No entanto, tudo isto é tão desejável quanto é frágil e temos o dever de trabalhar para que justiça nos seja feita, ainda que tardia. A esperança é a última que morre.