ICArabe promove Diwan, sarau de arte árabe, no SESC Itaquera

Qui, 26/02/2015 - 23:28
Entre os dias 4 e 14 de março o Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), em parceria com o SESC Itaquera, realizará o  Diwan, um encontro de arte árabe com contação de histórias, música ao vivo e danças folclóricas. A programação conta com seis apresentações, cinco nos pontos de atendimento do BiblioSesc Itaquera, programa que leva bibliotecas circulantes para bairros da Grande São Paulo, e uma no SESC Itaquera, dentro da programação da unidade (esta última é aberta ao público). 

O Diwan é um projeto do ICArabe que reúne poesia, música e dança árabe com o objetivo de recuperar a tradição poética e performática, criada e cultivada pelos árabes desde tempos anteriores ao Islã, quando tinha a função vital de preservar a língua, guardar saberes e tradições, transmitir a história e fortalecer a identidade coletiva das tribos e clãs.

As apresentações no BiblioSesc serão voltadas para crianças e adolescentes, de 7 a 12 anos de idade. Para este público, em vez de poesia, haverá contação de histórias sobre o universo árabe, mostrando uma realidade mais cotidiana daqueles povos, seus hábitos e costumes. A música ficará por conta de William Bordokan, um dos melhores percussionistas árabes do Brasil, e o grupo Mabruk! Companhia de Danças Folclóricas Árabes se encarregará de mostrar toda a graça e riqueza das danças sírias, muitas inéditas no Brasil, e também a já conhecida dança do ventre.

A ideia, segundo a bailarina e professora de danças árabes, Marcia Dib, que coordena o evento e que será a narradora das histórias, é contrapor a imagem que boa parte da mídia cria dos países árabes – sempre vinculada à guerra. E este Diwan ganha mais relevância, neste sentido, ao se considerar que a plateia será formada, na maioria das apresentações, por pequenos espectadores. 

Marcia Dib ressalta que é importante aproximar as crianças do Mundo Árabe, por meio das histórias, das danças, das músicas, para que elas não ouçam e vejam sobre aquele cenário apenas o que vem da televisão. “Para que elas entendam que lá também há crianças, adultos, outras pessoas que moram, trabalham, estudam e que têm os mesmos sentimentos, as mesmas questões que todos têm”, completa.

Ela destaca que o mais interessante nos encontros de Diwan é que os espectadores ficam surpresos com a riqueza e a diversidade de aspectos artísticos e culturais do Mundo Árabe. “Geralmente as pessoas têm uma visão muito limitada e distorcida”, diz Marcia, que é descendente de sírios.

É muito significativo, segundo ela, às vezes apresentar a cultura árabe de uma maneira menos formal porque toca mais as pessoas e elas acabam se sentindo próximas desta cultura. “Para mim, a oportunidade de divulgar esse universo por meio destas expressões artísticas é muito importante porque desta forma conseguimos realmente mudar o olhar, a opinião das pessoas a respeito dos árabes ou, pelo menos, oferecer uma visão diferente do que é apresentado na mídia”.