Abertas as inscrições para o Colóquio Internacional da Universidade Saint-Esprit de Kaslik (USEK), no Líbano
Coordenado pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FPSH) e o Centro de Estudos e Culturas da América Latina (CECAL), o encontro será realizado nos dias 15 e 16 de maio de 2014, na Sala de Conferências, no Campus principal da Universidade Saint-Esprit de Kaslik, no Líbano. “Este é o segundo colóquio organizado pelo Centro de Estudos e Culturas da América Latina, o primeiro foi em novembro de 2012. O objetivo é criar um elo de relações e conhecimento entre as duas regiões e aumentar a visibilidade das potencialidades das mesmas no que poderão colaborar na prática”, ressalta o Prof. Roberto Khatlab, diretor do CECAL-USEK. Segundo ele, em geral fala-se no Oriente de América Latina apenas como uma região distante, para onde emigraram muitos árabes. “Muitos desconhecem a potencialidade dos países latino-americanos e que podem desenvolver intercâmbio em várias áreas, como comercial, econômica, histórica, sociológica, artística etc. São encontros que queremos passar para a prática.”
Este objetivo motivou a instituição a criar, para 2014, um curso de Mestrado de Cooperação Universitária de Estudos Latino-americanos. “Queremos formar profissionais árabes sobre a América Latina para que estes realizem intercâmbios, gerando trabalhos onde o jovem formado não emigrará, mas será uma ponte entre o Oriente e América Latina.”
Uma nova visão da América Latina
A USEK ressalta, em sua argumentação para o colóquio, o crescimento da América Latina, no cenário global, ”uma região que, nas últimas décadas, passou por um desenvolvimento que mudou a face da região, que até então tinha uma imagem marcada pela miséria, violência, tráfico de drogas e corrupção”.
Leia a seguir:
"Classificada então como Terceiro Mundo, a América Latina mostra ao mundo atualmente que começa um novo capítulo de sua história, em que países emergentes como Argentina, Brasil e México - todos os três membros do G20 -, sem nos esquecermos do Chile, Colômbia e Venezuela, que também tiveram avanços importantes, assumem um papel de mais importância no cenário global. O Brasil, especificamente, faz parte do grupo BRICs (grupo dos países emergentes que inclui também Rússia, Índia, China e África do Sul), cujo papel sobre a cena internacional não é nada negligenciável.
A união de blocos regionais já existentes na América Latina consolida-se num projeto chamado Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
O CELAC foi a primeira tentativa de integração de toda a América Latina, surgido em dezembro de 2011, na cidade de Caracas, na Venezuela. Ela reuniu, pela primeira vez na história da região, 33 Estados, excluindo os Estados Unidos e o Canadá e foi visto como uma “arma contra o imperialismo norte-americano”, mais um importante passo rumo a uma independência, não só econômica, mas também intelectual, numa região que foi, durante muitos anos, laboratório para as políticas neoliberais, as mais reacionárias.
Através do CELAC, a América Latina mostra que supera o paternalismo dos Estados Unidos, Canadá e Europa e oferece uma alternativa à OEA (Organização dos Estados Americanos, no qual os Estados Unidos têm um papel preponderante).
Os tempos mudaram e a mudança é obra da vontade comum. De uma América Latina que era uma oportunidade para Europa, a uma Europa que se converteu em uma oportunidade para América Latina. Enfim, o subcontinente aparece agora globalmente, na área social, de especificidades próprias dos países emergentes, com redução da pobreza e das desigualdades, aumento da classe média, transição demográfica, crescimento econômico e inversão dos fluxos migratórios.
Entre a América Latina, o Líbano e o Oriente Médio há ligações humanas solidamente construídas graças às vagas migratórias. Os libaneses, os sírios, os palestinos e outros povos do Oriente Médio, como também posteriormente seus descendentes, envolveram-se profundamente na vida latino-americana, seja na esfera social, cultural, política ou econômica.
Do mesmo modo, a comunidade líbano-latino-americana constitui uma ponte de ligação entre os povos das duas regiões. Não obstante, esta condição humana “migrante”, e por isto mesmo plural, constitui-se uma janela de oportunidades, que fortifica as relações entre povos, nações e gerações das duas regiões. Por outro lado, os países latino-americanos podem ajudar a interceder em interesses comuns em organizações multilaterais como a ONU, como interlocutores de qualidade em matéria política, social, cultural, econômica, pedagógica etc.”
Programação:
O colóquio proposto tem objetivos multidisciplinares que envolvem reflexões sobre os diferentes progressos realizados pelos países latino-americanos e, por outro lado, para melhor explorar e conhecer os fenômenos da emigração e da imigração. Está dividido em quatro eixos:
1- As grandes realidades da América Latina contemporânea - atores sociais da globalização política na América Latina
2- Sociologia comparada das desigualdades - religiões e crises identitárias na América Latina e no Oriente Médio.
3- Sociologia Política - no Interior da Democracia, Clientelismo, Populismo, Violência e rebelião.
4- Reflexão sobre as Relações entre a América Latina, o Oriente Médio e o Líbano
Como participar
Os interessados devem definir o tema de forma a responder às finalidades do eixo escolhido. Os títulos dos trabalhos, devidamente acompanhados de um pequeno resumo, devem ser enviados à Secretaria do Colóquio até o dia 29 de novembro de 2013.
Num segundo momento, os autores deverão enviar à secretaria do colóquio seus textos completos. Os idiomas utilizados serão: árabe, francês, espanhol, português e inglês.
A universidade se encarregará do alojamento, alimentação e traslado aeroporto-hotel-aeroporto.
Contatos da Secretaria do colóquio:
FPSH: fpsh@usek.edu.lb
CECAL: cecal@usek.edu.lb
Tel. +961 9 600 055 / 388
Fax : +961 9 600 551
Inscrições, programação completa e informações sobre como enviar os estudos no link http://www.usek.edu.lb/English/HeaderMenu_English/News_English/News/Socio-Cultural_Economic_Issues_and_Prospects_in_Latin_America