Campinas terá escola libanesa bilíngue
A Sabis Educational Systems, com sede em Beirute, vai construir sua primeira unidade sulamericana na cidade do interior paulista.
A cidade de Campinas, no interior de São Paulo, receberá a primeira unidade sul-americana da rede libanesa Sabis Educational Systems. O investimento do projeto será de US$ 30 milhões e deverão ser gerados 150 empregos diretos, entre professores e funcionários. O anúncio do empreendimento foi feito em cerimônia realizada na sexta-feira (16), na prefeitura do município paulista.
“Começamos a negociar há dois anos. Os diretores da Sabis estiveram aqui para conhecer o potencial da cidade e apresentamos a ele a importância de sua entrada no Brasil via Campinas. Eles queriam comprar entre 30 mil e 40 mil metros quadrados e acabaram comprando 330 mil metros quadrados”, explicou Samuel Rossilho, secretário de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo de Campinas, por telefone à reportagem da ANBA.
Rossilho contou que a área adquirida pelo grupo do Líbano está dentro de um dos cinco parques tecnológicos do município, ao lado da Universidade de Campinas (Unicamp). “Eles estão no coração do conhecimento de Campinas. Será uma escola bilíngue que atenderá do pré ao ensino médio. E eles pretendem transformar em faculdade no futuro”, revelou.
Inicialmente, o projeto prevê uma área construída de 25 mil metros quadrados, com espaço para expansão, incluindo a construção de alojamentos para intercambistas e professores, além de um espaço verde.
O conteúdo que será ensinado aos alunos da escola da Sabis em Campinas seguirá o currículo do Ministério da Educação (MEC). Os estudantes terão aulas em português e inglês e também utilizarão livros próprios do grupo libanês. Segundo Rossilho, espera-se que a construção da escola seja iniciada no primeiro semestre de 2016, para que entre em funcionamento a partir de 2018.
A expectativa é que a unidade comece operando com 800 alunos, mas chegue a cinco mil no futuro. “Campinas é uma cidade muito interessante para uma escola desse nível”, destacou Rossilho. Segundo ele, a cidade é sede de grandes empresas multinacionais e a entrada do grupo libanês atenderá a uma demanda por ensino bilíngue para os filhos de funcionários destas companhias.
De acordo com o secretário, ao contrário do que acontece com a maior parte das escolas bilíngues no Brasil, cujo ensino costuma ser muito caro, a Sabis traz uma proposta de oferecer esse tipo de educação a um preço mais acessível. “É um projeto de alto nível, no qual você tem um custo muito menor que as escolas desse tipo na região e no [restante do] estado de São Paulo”, apontou.
Novos projetos
Na conversa com a reportagem da ANBA, Rossilho destacou a intenção de Campinas de realizar novos projetos com os países árabes. “A vinda da Sabis vai nos gerar contato com o mundo árabe e nós temos muito interesse nisso”, afirmou.
“Estamos negociando um empreendimento com o governo de Dubai e temos boas perspectivas. É um projeto muito interessante”, disse o secretário, ressaltando que não podia dar mais detalhes sobre o projeto. Ele revelou apenas que se trata de algo na área de entretenimento.
Segundo Rossilho, o cônsul do Líbano em São Paulo, Kabalan Frangie, “tem sido muito parceiro” da prefeitura de Campinas. “Queremos criar relações de convênio com o mundo árabe, principalmente na área de Pesquisa e Desenvolvimento”, destacou o secretário.
Rossilho e Frangie estiveram na solenidade de anúncio do projeto da Sabis em Campinas. O evento também contou com a presença de Jonas Donizette (PSB), prefeito de Campinas; Carl Bistany, presidente da Rede Sabis; Solange Pelicer, secretária de Educação do município paulista; e Ermínio Lucci, diretor de Investimentos da Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos do governo do estado.
A Rede Sabis
A Sabis foi fundada em 1886, mas foi a partir de 1970 que a escola iniciou seu programa de expansão fora do Líbano. Atualmente, ela está presente em 18 nações, a maior parte no Oriente Médio. Entre os países fora do mundo árabe que já contam com escolas da rede estão Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Romênia.
Além da unidade em Campinas, a Sabis planeja construir mais escolas no Brasil e também em outros países da América Latina.