Em tempos de consensos fáceis, Ivana Jinkings foi fundadora e hoje é editora da Boitempo Editorial, que no seu catálogo tem, entre outros títulos, como “Bem-vindos ao deserto do real!”, de Slavoj Zizek, “Crítica à razão dualista – o ornitorrinco”, de Francisco de Oliveira, “Os Jacobinos Negros”, de C.L.R. James e os “Manuscritos econômico-filosóficos de Karl Marx”. Além de textos teóricos de política e sociologia, a Boitempo também lançou livros de autores como Edyr Augusto, com “Geração 90”, e Luiz Ruffato, com “Eles era todos cavalos”. Ivana define a editora que fundou como “independente, comprometida com a qualidade dos textos que publica e com o desenvolvimento da cultura e do pensamento crítico”. Na entrevista que segue, a paraense de 43 anos fala das dificuldades de manter uma editora pequena que foca sua atenção em obras de pensamento crítico em tempos de grandes editoras e campanhas publicitárias de massa. Também fala do público e da atuação da Boitempo, da obra de Edward Said (a Boitempo já editou “Cultura e Política” e “Freud e os não-europeus” do autor) e de como o mundo e a cultura árabe são retratados, de forma geral, pela mídia no Brasil.