Marwan El-Sabban é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Americana de Beirute. A pergunta inicial queria apenas delinear a trajetória acadêmica do biólogo que trabalha com pesquisas sobre o câncer e com células tronco. Foi à Inglaterra, onde fez a graduação. Depois de quatro anos, decidiu mudar para os Estados Unidos. Ficou lá de 1985 a 1997, quando voltou ao Líbano. “Algumas vezes é difícil de acreditar que já foram 11 anos”, fala e faz uma pausa. Uma longa pausa. A partir desse momento, e até sua metade, a entrevista foi dominada pelo tema da política e dos conflitos no país. Afinal, Marwan é antes de tudo um libanês. Seus filhos nasceram nos Estados Unidos, ele mesmo tem um sentimento de cidadania americana, mas mesmo assim fez questão de levá-los para viver no País dos Cedros. A política não deixa a conversa escapar mesmo quando fala da universidade onde leciona: “A Universidade Americana de Beirute era chamada de Protestant Syrian College, pois o Líbano ainda não existia, pelo menos não como existe hoje”.