“Só há uma saída para o conflito que já custou a vida e sacrifícios de 4 milhões de palestinos e milhares de judeus: o Governo de Israel ouvir o clamor dos pensadores humanistas de todo o mundo, aceitar as resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas), que no passado concedeu um território ao povo judeu, para que lá constituísse seu Estado, ao lado de um Estado palestino, em igualdade de territórios e de direitos....Perdoar um amigo é fácil; perdoar um inimigo é o mais alto estágio civilizatório que pode atingir uma sociedade. Não-somente perdoarem-se: parece utópico falar de uma cooperação, mas quem sabe não caberia a esses dois povos marcar o início de uma nova era na história da humanidade. Tão ricas culturas poderiam juntas, naquele recanto do mundo, fazer surgir uma nova cultura humanística.” O trecho de artigo escrito pelo designer e arquiteto Rafic Farah em 2003, por ocasião da abertura no Brasil da exposição “Israel e Palestina: dois Estados para dois povos”, continua atual. Suas idéias permanecem vivas e encontram eco entre intelectuais, assim como sua busca por disseminá-las. Para ele, o caminho para a paz passa por uma aliança cultural entre os dois povos. Os participantes do Projeto Portas Abertas – que organizou a mostra apresentada no Sesc Pompéia há dois anos, idealizada pelo artista plástico israelense Gershon Knispel – lutam por isso. Farah é um deles.