Filme tunisiano “Weldi – meu querido filho” terá lançamento em janeiro com debate. ICArabe apoia a iniciativa

Sex, 21/12/2018 - 10:24
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O filme tunisiano Weldi – Meu querido filho, de Mohamed Ben Attia (o mesmo diretor de “A Amante”), estreará no Brasil em 3 de janeiro. No dia 09/01, quarta-feira, às 19h30, haverá uma sessão debate no Cinema Caixa Belas Artes com apoio do ICArabe e do jornal O Estado de São Paulo. O debate terá presença de Salem Nasser, professor de Direito Internacional da FGV e membro do Instituto da Cultura Árabe, e dos jornalistas Ubiratan Brasil e Luiz Carlos Merten Os ingressos serão distribuídos na bilheteria, a partir das 18h30.

A produção (assista aqui ao trailer) conta a história do sumiço de um jovem que sofre de enxaqueca constante, porém desaparece quando parece estar melhor.

Ben Attia revela que o ponto inicial da história surgiu de uma relato que ouviu em uma rádio. “Relatos de pais que estavam à procura dos filhos que tinham se juntado ao Estado Islâmico começaram a se espalhar nas rádios, na televisão, nos jornais. Infelizmente, tornou-se quase que comum. Um dia, ouvindo um pai falando sobre sua história, realmente me afetou. Ele continuava repetindo: ‘meu filho’. Eu rapidamente percebi que o que me interessou mais não foram as razões que fizeram o filho sair, mas o ponto de vista dos que ficaram para atrás: os pais dele que não viram isso chegando”, revela.

Para Ben Attia, o pilar do longa é o chefe de família, Riadh (Mohamed Dhrif), que considera que a felicidade é cuidar de sua casa, ir trabalhar e ganhar o pão de cada dia. “É o que ele imagina também para o filho. Porém, tudo entra em colapso quando ele se aposenta e o jovem some”, diz. Ben Attia conta ainda que o maior desafio do projeto era não cair no óbvio. “O mais difícil foi tentar não cair maniqueísmo previsível: permanecer sutil e delicado. Eu queria evitar a opção óbvia de uma imediata condenação, mesmo que seja completamente legítima. Eu queria ir além do nível superficial do ódio, de raiva, embora, mais uma vez, seja completamente compreensível esse sentimento”, completa.

Com distribuição no Brasil da Pandora Filmes, o filme teve sua estreia mundial no Festival de Cannes, em maio, e foi muito bem recebido pela crítica. “Um drama familiar bem controlado, enraizado em questões contemporâneas, o filme é um estudo intenso dos personagens, com uma atuação magistralmente eloquente do veterano Mohamed Dhrif, que recebeu o papel da sua via”, opinou o crítico da Screen Daily, Jonathan Romney.

A iniciativa repete o sucesso da parceria ICArabe, Pandora Filmes e Cine Caixa Belas Artes de 2018, com a exibição e debate do filme "A Amante" (leia aqui), que também foi atração da 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema)

Sinopse

Na Tunísia atual, o filme retrata a família de Riadh, um homem que está prestes a se aposentar. Ele e a esposa, Nazli, tem as atenções voltadas para o único filho, Sami, que está se preparando para os exames do ensino médio. Mas as rotineiras crises de enxaqueca do jovem deixam o casal sempre em alerta. Quando tudo parece estar melhor, Sami desaparece de repente.

 

Ficha Técnica

Trailer: clique aqui 

 

Duração: 104 min

Direção: Mohamed Ben Attia

Elenco: Mohamed Dhrif, Mouna Mejri, Zakaria Ben Ayyed

Gênero Drama

Nacionalidades Tunísia, Bélgica, França

Ano: 2018

Classificação Indicativa: 12 anos

 

Serviço:

Sessão de cinema e debate “Meu Querido Filho”

Quando: dia 9 de janeiro, às 19h30

Onde: Cinema Caixa Belas Artes - Rua da Consolação, 2423, 01416-001 São Paulo

Entrada franca (retirar ingressos a partir das 18h30)

Realização: Pandora filmes, Instituto da cultura Árabe (ICArabe) e jornal O Estado de São Paulo

 

SOBRE A PANDORA FILMES

A Pandora Filmes é uma distribuidora de filmes de arte, ativa no Brasil desde 1989. Voltada especialmente para o cinema de autor, a distribuidora buscou, desde sua origem, ampliar os horizontes da distribuição de filmes de arte no Brasil com relançamentos de clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Fellini, Bergman e Billy Wilder, e revelações de nomes outrora desconhecidos no país, como Wong Kar-Wai, Atom Egoyan e Agnés Jaoui.

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora Filmes sempre reserva espaço especial para o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos. Dentro desse segmento, destaca-se o recente “Que Horas Ela Volta”, de Anna Muylaert, um grande sucesso, visto no cinema por mais de 500 mil espectadores.

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