Reginaldo Nasser debate sobre o Estado Islâmico no Canal Livre

Seg, 02/03/2015 - 13:41
O surgimento do grupo Estado Islâmico (EI), que controla diversos territórios no Iraque e na Síria, foi tema do programa Canal Livre deste domingom, que contou com a participação do professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser, e com o jornalista especialista em assuntos internacionais, Jaime Spitzcovsky.

Um dos motivos do EI ter se sobressaído a outros grupos é a sua composição, formada em parte por ex-comandantes do exército de Saddam Hussein, com experiência de guerra, e da outra por insurgentes guerrilheiros. Segundo Nasser, essa combinação deu força e versatilidade ao grupo.

A visibilidade conseguida pelo Estado Islâmico por meio de seus vídeos de execuções também é um fator importante, cuidadosamente planejado. “É uma ação extremamente pensada”, analisou Spitzcovsky. Para o jornalista, a mudança na forma das execuções, faz com que o impacto não se perca. “Serve para deixar uns inativos pelo terror, e atrair outros”, completou Nasser.

Intervenção

Em relação à ação dos Estados Unidos e a coalizão contra o Estado Islâmico, o professor Nasser acredita que mais ações das potências ocidentais contra o grupo irão piorar a situação. “Quanto menos intervir, melhor. Daqui a três, quatro anos, teremos outros grupos (caso o EI seja derrotado)”, justificou. O especialista argumentou ainda que as minorias estão sendo mortas justamente para atrair a guerra.

Ele acrescentou que a forma de se lidar com o problema ainda não está muito clara, mas que é preciso um empenho mais profundo para reconstruir as nações e seus governos. Para Reginaldo Nasser, o sucesso da empreitada depende de “reintegrar as massas” que estão na Síria e no Iraque e encontraram medo e segurança no EI.

Assista a um trecho do programa clicando aqui.