Vaticano e Palestina assinam acordo histórico
A preparação deste acordo levou 15 anos. Embora o Vaticano se refira ao "Estado da Palestina" desde o início de 2013, os palestinos consideram que a assinatura do acordo equivale a um reconhecimento de fato de seu Estado, reportou a Agence France Presse.
Como antecipou o Vaticano no dia 13 de maio, o texto também se apoia na solução pacífica de "dois Estados" para o conflito com Israel e ainda garante direitos, privilégios, imunidades e livre acesso da Igreja Católica em território palestino.
Por parte da Santa Sé, o acordo foi assinado pelo arcebispo Paul Gallagher, secretário de Relações com os Estados, enquanto pelo lado palestino o pacto foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Riad Al-Maliki, que ontem esteve em Haia para apresentar formalmente uma denúncia contra Israel no tribunal penal da ONU.
"Isso indica o progresso feito pela Autoridade Palestina nos últimos anos e sobretudo o nível de apoio internacional, que culminou com a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de novembro de 2012, que reconheceu a Palestina como Estado observador não membro das Nações Unidas", explicou Gallagher, citado pela Agência Efe.
Por sua vez, o chanceler palestino destacou o caráter "histórico" do acordo que "pela primeira vez inclui o reconhecimento oficial da Santa Sé da Palestina como um Estado". Para Maliki, o texto representa "o reconhecimento do direito do povo da Palestina à autodeterminação, liberdade e dignidade em um estado independente, livre dos impedimentos da ocupação".
Críticas de Israel
O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou na sexta-feira, 26 de junho, que "lamenta" a decisão do Vaticano de "reconhecer" a Palestina como Estado com a assinatura do acordo nesta manhã.
"Este passo apressado prejudica o avanço de um acordo de paz e o esforço internacional para convencer à Autoridade Palestina de retomar as negociações diretas com Israel",
criticou o porta-voz do ministério, Emmanuel Nahson, em comunicado.
"Israel não pode aceitar determinações unilaterais no acordo que não levem em conta seus interesses essenciais e o status especial histórico do povo judeu em Jerusalém", acrescentou, advertindo que o país estudará o acordo e suas implicações para a cooperação futura com o Vaticano.
Do Opera Mundi