Arte do Kuwait e Líbano estará na Bienal de São Paulo
Alia Farid nasceu no Kuwait, em 1985, e hoje se divide entre o país árabe e Porto Rico. Seu trabalho transita entre a proposta da Bienal deste ano e a cultura árabe. Ela afirmou à ANBA, por email, que está feliz em participar da Bienal e já está trabalhando na obra que trará à exposição brasileira. O curador da mostra, o alemão Jochen Volz, conheceu o trabalho de Farid no ano passado, durante uma exposição em Londres. Foi lá que ele a convidou a participar da exibição.
As mulheres são maioria entre os artistas desta Bienal, que também se diferencia de outras edições de arte por ter um grande número de artistas nascidos depois de 1970 e por reunir trabalhos inéditos, feitos para esta exposição. “Ainda há poucas mulheres no mundo da arte. É uma mudança bem-vinda, acho isso bom”, afirmou Farid.
Também da capital libanesa virá Rayyane Tabet. Natural da cidade de Ashqout, Tabet aborda os desafios humanos em seus trabalhos, geralmente esculturas. Em um deles, “Cyprus”, Tabet utilizou um barco de madeira em que seu pai tentou, e não conseguiu, fugir do Líbano para o Chipre, há mais de 30 anos.
Diversos trabalhos de Tabet fazem referência ao Oleoduto Trans Árabe (TAPLine), uma joint-venture criada por empresas norte-americanas para facilitar o transporte de petróleo a partir da Arábia Saudita.
No comunicado sobre a realização da Bienal, o curador afirma que os trabalhos dos artistas convidados trazem estratégias sobre como conviver com incertezas. “Estamos buscando compreender diversidades, olhar para o desconhecido e interrogar aquilo que tomamos como conhecido. Entendemos os diferentes saberes do nosso mundo como complementares e não como excludentes” afirmou Volz no comunicado.
A mostra tem ainda os co-curadores Gabi Ngcobo, da África do Sul; Júlia Rebouças, do Brasil; Lars Bang Larsen, da Dinamarca; e Sofia Olascoaga, do México. Irão participar artistas e coletivos de Colômbia, Brasil, Zâmbia, Portugal, Reino Unido, Argentina, Suécia, África do Sul, Jamaica, Camarões, Bélgica, Polônia, Estados Unidos, Turquia, Dinamarca, Alemanha, Nova Zelândia, Coreia do Sul, México, Paquistão, Porto Rico, Israel, Zimbábue, Guatemala, Lituânia, Finlândia, França, Peru, Itália, Austrália, Suíça e Espanha. Alguns dos que irão expor trabalhos estão fazendo residências artísticas em São Paulo e viagens pelo Brasil.
Serviço
32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva
10 de setembro a 11 de dezembro de 2016
Mais informações: http://www.bienal.org.br/