Mostra no Brasil traz documentários sobre mundo árabe
A produção da Palestina Eu tenho uma arma, do diretor Ahmad Shawar, aborda história da vila de Kafar-Kaddoum, que foi expropriada dos palestinos pelo exército de Israel para a criação de uma colônia de judeus, em 2002. O exército israelense também fechou aos palestinos o acesso à estrada principal que conduz à vila. Desde então, os moradores locais fazem protestos semanais reivindicando seus direitos.
O documentário Faraós do Egito Moderno (Mubarak/Nasser/Sadat), da diretora Jihan El Tahri, é uma produção da França que aborda episódios-chave da história política do país árabe desde 1952 até as manifestações da praça Tahrir em 2011. O filme mostra o percurso de três importantes presidentes egípcios: Gamal Abdel Nasser (1954-1970), Anuar el-Sadat (1970-1981) e Hosni Mubarak (1981-2011), abordando suas relações com a Irmandade Muçulmana e o Exército.
O deserto do deserto, documentário brasileiro de Samir Abujamra e Tito Gonzalez Garcia, mostra a vida no Saara Ocidental. O território foi colônia da Espanha até 1974. Com a saída dos espanhóis, esperava-se a realização de um referendo sobre a autodeterminação do território. No entanto, ele foi entregue ao Marrocos e à Mauritânia (que se retirou em 1979), o que provoca conflitos até os dias atuais, já que o Marrocos incorporou o Saara Ocidental ao seu território.
O atirador de elite de Kobani mostra o cotidiano do atirador de elite curdo Haron, na cidade síria de Kobani, na fronteira com a Turquia. O documentário holandês, do diretor Reber Dosky, se passa na cidade que serve de palco de diversas batalhas entre guerrilheiros curdos e combatentes do Estado Islâmico. Na obra, Haron, que é visto como herói onde mora, reflete sobre a solidão de seu trabalho, seus sonhos e pesadelos.
Os filmes Eu tenho uma arma e O atirador de elite de Kobani integram a Competição Internacional de Curta-Metragem do festival. O concurso exibirá nove filmes inéditos no país. O vencedor receberá um prêmio no valor de R$ 8 mil e o troféu É Tudo Verdade, criado pelo artista plástico Carlito Carvalhosa.
Os vencedores das competições brasileira e internacional de Curtas-Metragens qualificam-se para serem examinados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood para concorrer a uma vaga na disputa do Oscar de melhor curta documental. Este é o único festival sul-americano que oferece esse acesso. No total, o festival irá exibir 85 títulos de 26 países, sendo 22 estreias mundiais.
Toda a programação do festival terá exibição gratuita. A programação completa está disponível no site http://etudoverdade.com.br/br/programacao.