17ª Mostra Mundo Árabe de Cinema: abertura emociona em sua volta ao formato presencial no CineSesc
Evento começou na quarta-feira, 31 de agosto. Do total de 11 filmes, 10 são inéditos. Oito estiveram na sala do CineSesc e três online, pela plataforma digital.
Um momento de emoção marcou a volta da Mostra Mundo Árabe de Cinema ao formato presencial no Cinesesc, em São Paulo, na quarta-feira, 31 de agosto, quando aconteceu a cerimônia de abertura da 17ª edição.
A Mostra é realizada Instituto da Cultura Árabe – ICArabe, em correalização com o Sesc São Paulo – Serviço Social do Comércio e patrocínio da Casa Árabe, da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, e do Instituto do Sono. A programação ficou em cartaz no CineSesc até quarta-feira, 7 de setembro.
A abertura teve exibição de “Caixa de Memórias”, de Joana Hadijthomas e Khalil Joreige. Antes do filme, a solenidade contou com falas do presidente do ICArabe, Murched Omar Taha; do curador da Mostra, Arthur Jafet; da professora da EPM-Unifesp e e idealizadora da mostra, Soraya Smaili; da diretora cultural da Câmara Árabe, Silvia Antibas; e do gerente do CineSesc, Gilson Packer.
Arthur Jafet contou que sempre procura selecionar filmes que expliquem a realpolitik no mundo árabe e o que de fato acontece, qual o estado das coisas. “Então, são filmes bastante esclarecedores, lúcidos e reconhecidos pelo público em outros festivais”.
Este evento já faz parte do calendário da cidade de São Paulo. Somos parceiros do ICArabe desde o início, há 17 anos”, frisou Silvia Antibas. Ela conta que durante o período de pandemia, a Câmera Árabe fez uma pesquisa que demonstra que o Brasil tem mais de 12 milhões de descendentes de árabes, 6% da população brasileira. “Queríamos mostrar como são os povos árabes, na sua diversidade. São vários, de várias regiões, não é um povo único, não é apenas o Oriente Médio (que é o que conhecemos mais, pela grande maioria dos imigrantes que vieram: sírios, libaneses e palestinos). Então, para nós é muito importante essa apresentação da Mostra, inclusive até para fazer negócios na Câmera Árabe”.
Em sua fala, Soraya Smaili, idealizadora da Mostra, lembrou o início, como um filme. “Estamos na 17ª Mostra e quando começamos, nós tínhamos algumas pretensões, mas nunca imaginávamos e não imaginaríamos que nós chegaríamos a uma Mostra com a abrangência, o caráter cultural e internacional que a Mostra tem hoje”.
E ressaltou a emoção em retornar ao formato presencial, após o período desafiador dos últimos anos. “Temos que agradecer também por estarmos aqui. Depois de três anos, praticamente, esta é a primeira Mostra presencial e nós temos que homenagear todas as pessoas que não puderam e não podem mais estar aqui com a gente. Foi uma pandemia, é uma pandemia ainda, não podemos nos esquecer, ainda é uma realidade que nós temos que enfrentar, como enfrentamos corajosamente. E hoje nós estamos aqui para celebrar a vida, celebrar a cultura, uma cultura milenar, como é a cultura árabe”, completou.
O presidente do ICArabe, Omar Taha, também lembrou o impacto da pandemia. “Nestes últimos anos, em que o planeta tem vivido transformações políticas, sociais, ambientais e culturais, o cinema, impactado pela pandemia de Covid-19, assim como outras atividades, mostrou-se resiliente, manteve-se presente em nossas vidas em novos formatos e agora, felizmente, reocupa as salas e volta a nos proporcionar a experiência coletiva de apreciação da arte, de que tanto sentimos falta. Assim, a 17ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, realizada de forma virtual por dois anos, retorna à grande tela celebrando esta diversidade, como o faz desde seu início, e estimulando os espectadores a refletir sobre outras realidades”.
Os 11 filmes desta edição, sendo 10 deles inéditos no Brasil, apresentam ao público personagens e seus universos particulares, mas também tocam nas questões de âmbito mais amplo, como o próprio impacto da Covid-19 e outros aspectos sociais que mostram a complexidade das múltiplas sociedades do Mundo Árabe. “O ICArabe orgulha-se de contribuir para esta valorização do cinema árabe – e da cultura árabe de forma mais ampla no Brasil”, completou Taha.
O curador Arthur Jafet lembrou que ainda é necessário mais apoio para o cinema independente. “Os cineastas árabes querem contar histórias de qualidade e transcender a geografia da linguagem, eles continuam lutando por mais financiamento, mas estão comprometidos em deixar sua marca e compartilhar seus projetos com o público global”.
Para mais informações sobre a Mostra, acesse aqui https://icarabe.org/node/4212
Para a programação completa, acesse o site https://mundoarabe2022.icarabe.org/