Israel intercepta veleiro de ativistas judeus que queria romper bloqueio de Gaza

Ter, 28/09/2010 - 11:07

A Marinha de Israel interceptou nesta terça-feira em alto-mar o veleiro de pacifistas judeus que tentava romper simbolicamente o bloqueio israelense à faixa de Gaza. A ação foi realizada sem violência e não deixou vítimas, segundo fintes militares.Em 31 de maio passado, as forças israelenses mataram nove ativistas turcos na intercepção do barco Mavi Marmara, que levava ajuda humanitária aos palestinos. O episódio atraiu grande condenação internacional e esfriou as relações diplomáticas com a Turquia, rara aliada muçulmana na região.

"Dez navios de guerra israelenses obrigaram o veleiro a desviar para [o porto israelense de] Ashdod", afirmou um dos organizadores do protesto, Amjad Al Shawa, que estava em terra em Gaza. "Eles se renderam porque estavam cercados e não tinham outra opção".

A Marinha confirmou a versão e alega que a ação não resultou em nenhum ato de violência. "Nem os passageiros a bordo nem as forças marítimas israelenses usaram violência de nenhum tipo", afirmou uma porta-voz do Exército israelense.

Segundo ela, antes da abordagem foram feitas duas advertências ao capitão, informando-lhe que estava violando a lei israelense e o direito internacional. "As advertências foram ignoradas pelo capitão da embarcação e pelos passageiros, que continuaram navegando rumo à área que se encontra sob bloqueio marítimo".

O pequeno veleiro Irene, com sete militantes pacifistas judeus e dois jornalistas a bordo, havia zarpado no domingo (26) de Famagusta, ao norte do Chipre, com a intenção de levar ajuda humanitária simbólica à população da faixa de Gaza, submetida a bloqueio desde 2007, como retaliação à tomada de poder do grupo islâmico radical Hamas.

O Irene navega sob bandeira britânica e foi fretado por organizações como a britânica Judeus pela Justiça para os Palestinos, a europeia Judeus Europeus por uma Paz Justa, a americana Voz Judia pela Paz e a australiana Judeus contra a Ocupação.

Segundo os organizadores, trata-se de "um ato simbólico de solidariedade e protesto não violento" que reivindica a suspensão do bloqueio israelense a Gaza.