Aplicativo ajuda refugiados no Brasil
Com idades entre 17 e 18 anos, Aline Weber, Ingrid Smalti, Laís Roman, Luana Bianchi e Monique Invernizzi são alunas do curso técnico Informática para a Internet, no campus de Bento Gonçalves. Elas desenvolveram o aplicativo para participar do concurso Technovation, realizado por uma ONG dos Estados Unidos com o objetivo de promover o empreendedorismo de jovens mulheres. O Helping Hand ficou entre os dez finalistas da América Latina no concurso.
Foi a partir de uma pesquisa feita por Smalti sobre imigrações contemporâneas que o grupo decidiu trabalhar com a questão dos refugiados. “Pela pesquisa, percebemos que eles têm diversas dificuldades para se estabelecer aqui, como tirar documentos, encontrar um lugar para morar e ter oportunidades de trabalho”, contou Weber à ANBA.
Entre as informações disponíveis no aplicativo estão os contatos de agências internacionais, assistência jurídica, centros de apoio, comunidades e sociedades, templos religiosos, órgãos governamentais, consulados e embaixadas, instituições de ensino e aulas de português, além de oportunidades de emprego e hospitais próximos à região de residência do imigrante. As alunas criaram também o site http://helpinghandapp.com.br, para divulgar o app.
Segundo Weber, o grupo entrou em contato com refugiados haitianos em Bento Gonçalves para conhecer melhor suas necessidades. A ONG Adus, de São Paulo, ajudou oferecendo informações sobre a situação dos refugiados sírios. “Em Bento Gonçalves, não temos uma presença árabe tão grande. Temos mais haitianos”, explicou.
O idioma árabe, porém, foi um dos primeiros a ser definido como parte do aplicativo. “O árabe e o francês foram os dois primeiros que decidimos que precisava [ter no programa], por causa dos sírios que estão vindo para cá devido à guerra civil. Vimos que eles são uma presença forte [no Brasil]”, disse Weber.
A versão em árabe do idioma foi escrita por um palestino, amigo de uma das integrantes do grupo. “Mandamos os textos em inglês e ele foi traduzindo”, contou o Weber. No total, o aplicativo levou três meses para ser criado. Todo o desenvolvimento do programa foi feito pelas estudantes, que também se encarregaram dos textos nas outras quatro línguas.
O Helping Hand está disponível para ser baixado gratuitamente no sistema Android desde o dia 1º deste mês. Agora, as estudantes buscam apoio financeiro para colocar o aplicativo na loja virtual da Apple, fabricante do iPhohe. “Custa US$ 99 anuais para inserir o aplicativo”, afirmou a aluna.
As doações irão ajudar a custear a manutenção do projeto e o restante será repassado a instituições de apoio aos refugiados. As estudantes também buscam parcerias para divulgar o aplicativo em eventos relacionados a causas sociais.
Quem quiser ajudar pode depositar o valor da doação na conta 24.144-x, do Banco do Brasil, agência 2969-6. O contato com o grupo pode ser feito pelo e-mail contatohelpinghand@gmail.com.