Série de verbetes informativos sobre os árabes: Orientalismo
Leia o terceiro verbete da série lançada pelo ICArabe neste mês de março. A iniciativa busca proporcionar um olhar aprofundado e preciso sobre o mundo árabe, evitando equívocos e estereótipos. Em sintonia com a missão do instituto, o projeto visa disseminar conhecimento de forma rigorosa, promovendo uma sociedade mais bem informada e consciente.
Orientalismo
A disciplina de estudo chamada Orientalismo foi criada no século 18 para permitir aos Europeus conhecerem melhor o Oriente. Foi instituída por burocratas estabelecidos no Oriente, que haviam descoberto e conhecido os lugares nos quais países como França e Inglaterra exerciam poderes coloniais.
Inicialmente focado no subcontinente Indiano, o Orientalismo passou, progressivamente, a referir-se a uma região que se estende do Norte da África ao Leste e Sudeste Asiático. O conhecimento disseminado por meio da disciplina era impregnado pela colonialidade, assim como pela percepção do Outro a partir de um ponto de vista Europeu.
Com o crescimento da rejeição ao colonialismo, o Orientalismo ganhou uma conotação pejorativa, ao ser entendido como a materialização de uma postura de superioridade do Ocidente em relação ao Oriente. Uma das críticas ao Orientalismo destaca a parcialidade e a nebulosidade do conhecimento que os Orientalistas possuíam sobre o Oriente. Esta conotação negativa é analisada, de forma pioneira, na obra do intelectual Palestino Edward Said, intitulada Orientalismo e publicada em 1978.
Said formula várias críticas ao termo e ensina que no "Orientalismo", não se trata tanto de estudar e entender o Oriente, mas sim da representação que o Ocidente faz do Oriente. O Orientalismo é então um estilo de pensamento e discurso, um sistema de conhecimento e de poder que o Ocidente usa para se definir em contraste com o "Outro".
Assim, cria estereótipos negativos e simplificados do Oriente, como a ideia de um "bárbaro" ou "irracional" em cotejo com o Ocidente "civilizado" e "racional".
A disciplina de estudo chamada Orientalismo foi criada no século 18 para permitir aos Europeus conhecerem melhor o Oriente. Foi instituída por burocratas estabelecidos no Oriente, que haviam descoberto e conhecido os lugares nos quais países como França e Inglaterra exerciam poderes coloniais. Inicialmente focado no subcontinente Indiano, o Orientalismo passou, progressivamente, a referir-se a uma região que se estende do Norte da África ao Leste e Sudeste Asiático.
O conhecimento disseminado por meio da disciplina era impregnado pela colonialidade, assim como pela percepção do Outro a partir de um ponto de vista Europeu. Com o crescimento da rejeição ao colonialismo, o Orientalismo ganhou uma conotação pejorativa, ao ser entendido como a materialização de uma postura de superioridade do Ocidente em relação ao Oriente. Uma das críticas ao Orientalismo destaca a parcialidade e a nebulosidade do conhecimento que os Orientalistas possuíam sobre o Oriente.
Esta conotação negativa é analisada, de forma pioneira, na obra do intelectual Palestino Edward Said, intitulada Orientalismo e publicada em 1978. Said formula várias críticas ao termo e ensina que no "Orientalismo", não se trata tanto de estudar e entender o Oriente, mas sim da representação que o Ocidente faz do Oriente.
O Orientalismo é então um estilo de pensamento e discurso, um sistema de conhecimento e de poder que o Ocidente usa para se definir em contraste com o "Outro". Assim, cria estereótipos negativos e simplificados do Oriente, como a ideia de um "bárbaro" ou "irracional" em cotejo com o Ocidente "civilizado" e "racional".
Nizar Messari
Professor titular da Universidade Al Akhawayn em Ifrane, Marrocos. Entre 2001 e 2010, foi professor assistente no Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio. Ele é doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Miami, nos Estados Unidos. Suas áreas de atuação e pesquisa são a teoria das relações internacionais e os estudos de segurança internacional, em particular no que tange ao chamado Mundo Árabe. Ele é autor de vários artigos acadêmicos e capítulos de livros em árabe, português, inglês e francês. Com João Pontes Nogueira, escreveu o livro Teoria das Relações Internacionais – Correntes e Debates (Campus: Rio de Janeiro, 2005). Atualmente, Messari está concluindo um projeto sobre o pensamento decolonial na segurança internacional, com enfoque na África do Norte e no Oriente Médio.