Gaza em São Paulo
Várias línguas, diferentes cores e raças, muitas bandeiras, homens e mulheres, crianças e adultos, todos então adquiriram nova identidade: somos todos de Gaza!
Todos com o mesmo antigo sonho: um mundo livre de racismo e suas guerras.
Os milhares nas ruas de São Paulo mostraram a indignação contra os massacres de mais de quase setenta anos de Israel contra os palestinos.
O sangue das crianças de Gaza manchará para sempre as mãos e imagem de Israel e de todos aqueles que defendem aquele Estado. Nada, absolutamente nada, justifica a chacina contra crianças palestinas. Nada justifica os ataques de Israel contra escolas, hospitais, templos, casas de civis. Nada justifica tanta destruição, mais miséria e sangue em Gaza.
É hora para todos aqueles que justificam as ações criminosas de Israel de perceber que há um único caminho para a paz: reconhecer o direito do povo palestino a um Estado soberano e verdadeiramente livre e independente, reconhecer o direito de retorno dos palestinos à sua terra.
A máquina de destruição israelense mata os corpos dos árabes, mas não a sua determinação. Ao mesmo tempo, traz a perdição da alma judaica. Israel é um gueto racista e sem alma.
Os palestinos não estão só: com eles, milhões e milhões ao redor do mundo e mesmo no Brasil. Israel, que desde sua criação, exclui e expulsa os palestinos, cada vez mais, está sendo excluída da comunidade das nações.
Não há lugar no mundo para o racismo, os racistas e aqueles que defendem teorias e práticas de supremacia racial.
Racismo é como doença contagiosa: deve ser eliminado da Terra, para não contaminar sociedades e mentes.
É nosso dever lutar contra os crimes de guerra e crimes contra a humanidade, crimes cometidos não só contra os palestinos, mas contra os milhões que acreditam que outro mundo é possível.
Todos devemos lutar pela Justiça e para que os criminosos de guerra israelenses paguem pelos seus incessantes crimes.
Gaza continua lutando e nunca está só. Gaza está em São Paulo, Paris, Londres e no coração de muitos milhões desse pequeno mundo.
Gaza ferida enterra seus mortos com lágrimas, mas com a certeza de um futuro de fraternidade, igualdade e liberdade!
Abdel Latif Hasan Abdel Latif, palestino, médico intensivista
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