Documentário conta a história da vitoriosa resistência pacífica à construção do muro que cerca territórios palestinos, promovida pela aldeia de mesmo nome na Cisjordânia.
Documentário conta a história da vitoriosa resistência pacífica à construção do muro que cerca territórios palestinos, promovida pela aldeia de mesmo nome na Cisjordânia.
Esse foi o tema de debate realizado em São Paulo, na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) em 8 de novembro. Parte das atividades globais da Semana contra o Muro do Apartheid – que teve início no dia 9 e ocorre até 16 –, foi promovida pela Frente em Defesa do Povo Palestino e Apropuc (Associação dos Professores da PUC-SP).
Na Cisjordânia está o pequeno povoado palestino de Budrus. Com apenas 1.400 habitantes, que têm na terra e nas oliveiras a sua sobrevivência, a vila ganhou destaque em 2003 e virou exemplo de resistência e solidariedade.
Poeta e jornalista, uma das mais engajadas representantes da luta pela liberdade feminina no Oriente Médio, Joumana participará de debate na Casa do Saber e de noite de autógrafos de seu livro “Eu matei Sherazade", na Livraria da Vila.
A captura e morte de Muamar Kadafi pelas forças armadas do CNT fechou, de certa forma, um ciclo para o país. Mais do que isso, representou também um alívio para as potências ocidentais que nos últimos meses contribuíram com sua caça. Esta é a opinião de especialistas ouvidos a respeito da morte do líder líbio.
Documentário que retrata a realidade do futebol palestino frente as dificuldades da ocupação israelense será finalizado em 2012.
Michel Sleiman, professor do Departamento de Letras Orientais da USP e diretor do ICArabe, comenta os temas discutidos na palestra do Prof. Federico Corriente, realizada em 21 de outubro, no Instituto Cervantes.
O curso "Mundo Árabe: conjuntura atual e análise de cenários" começou ontem (27/10). A atividade recebeu mais de 70 inscrições, boa parte de profissionais e estudantes de relações internacionais e jornalismo.
Documentário que estreia na 35ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo retrata o cotidiano de judeus e palestinos a partir da linguagem universal do principal esporte do mundo.
O Centro de Estudos e Culturas da América Latina – CECAL e o Instituto de História da USEK, em cooperação com a CONFELIBRA, organizou, no dia 14/10, uma palestra sobre intercâmbio acadêmico Líbano – Brasil, com professor Paulo Jorge Sarkis.
Dirigido pela brasileira Julia Bacha e premiado em diversos festivais internacionais, o filme será lançado no país em várias atividades com a presença da diretora.
ICArabe realiza sua Assembleia Geral OrdináriaMarcada para 5 de outubro, a AGO acontece a partir das 20h, no clube Homs.A Assembleia Geral Ordinária do ICArabe será realizada no dia 5 de outubro, às 20h em 1ª chamada, se a maioria dos associados estiverem presentes, e em 2ª chamada, às 20h30, com os que tiverem presentes. A AGO será na sala da biblioteca do Club Homs (Av. Paulista 735). Os associados que podem participar e votar a aprovação das contas do exercício de 2010 são todos os que estiverem em dia com a contribuição financeira.
A Assembleia Geral Ordinária do ICArabe será realizada no dia 5 de outubro, às 20h, na sala da biblioteca do Club Homs.
'Devemos lutar pela paridade de direitos', diz ativista palestino que defende Estado único Compartilhe76 As atenções do mundo se voltarão nesta sexta-feira (23/09) para a sede das Nações Unidas, em Nova York, quando a Assembleia Geral da entidade votar o pedido de adesão da Palestina como membro pleno. Na prática, essa aprovação da ONU (Organização das Nações Unidas) endossaria o reconhecimento internacional de um Estado palestino, contrariando os interesses de Israel. Entretanto, os Estados Unidos, aliado a incondicionais do Estado judeu, vetarão a adesão palestina no Conselho de Segurança. Abunimah: vivemos em um Estado único, mas que pratica um sistema de apartheid brutal Para muitos governos, ONGs e ativistas pró-palestinos, essa votação pode representar uma vitória parcial e o início de uma grande pressão internacional. No entanto, diversas correntes defendem uma solução completamente diferente para o conflito: um estado único para israelenses e palestinos. Em entrevista ao Opera Mundi, Ali Abunimah, jornalista norte-americano de origem palestina e autor de 'One Country: A Bold Proposal to End the Israeli-Palestinian Conflict', explica como funcionaria a ideia de unir inimigos em torno de um só país. Abunimah é um dos fundadores da Electronic Intifada, uma publicação on-line sem fins lucrativos sobre o conflito israelo-palestino. Para ele, o que há hoje já é um Estado único, comandado por judeus e que pratica um apartheid brutal contra os palestinos. A criação de um Estado com base nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis dias em 1967, para ele, transformaria o território palestino em um novo Bantustão - termo pejorativo usado pelos críticos do regime racista sul-africano para se referir aos Estados fictícios criados para os negros viverem em condições precárias. Em uma visão geral, por que o Sr. defende a ideia de um Estado único como solução para resolver o conflito árabe-israelense? A ideia não é totalmente nova. Era de fato a ideia principal defendida pelo movimento nacional palestino nos anos 1960. Até que a OLP (Organização para a Libertação Palestina) adotou a “Solução de Dois Estados”, que nasceu de um sentimento que se abateu sob os palestinos de que seria impossível retomar seus direitos em toda a região. Assim, a OLP optou pela cisão do território com o objetivo de ficar apenas com um pequeno pedaço da Palestina como um Estado estabelecido. Porém, após todas essas décadas, vemos que a boa vontade dos palestinos em aceitar um Estado com apenas um quinto de seu território original, com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza não bastou para os israelenses. Eles colonizam e ocupam mesmo os pequenos pedaços da Palestina que nos restaram. Isso mostra que a principal razão para defender a solução de dois Estados, ou seja, apaziguar o apetite de Israel por terras, não funcionou. Leia mais: Palestinos acreditam em maioria no Conselho da ONU; Cisjordânia e Tel Aviv veem protestos Abbas espera 'tempos difíceis' com criação do Estado palestino EUA lançam campanha contra reconhecimento do Estado palestino pela ONU, diz jornal Reconhecimento do Estado palestino monopoliza discussões antes de assembleia na ONU EUA prometem barrar Estado palestino. Europa está dividida Embaixador palestino diz ter certeza do respaldo da América Latina na ONU Agora temos uma realidade que é voltar para o que nós já tínhamos, a solução de um Estado. Isso é algo que as pessoas precisam realmente entender: nós já vivemos em um Estado único. Mas trata-se de um Estado que pratica um sistema de apartheid brutal, em que judeus israelenses são privilegiados em todo e qualquer aspecto: militarmente, economicamente, politicamente, socialmente. E os palestinos estão em total desvantagem, em categorias inferiores de cidadania. Para começar, temos os cidadãos palestinos que vivem em Israel dentro das linhas estabelecidas antes de 1967. Em torno de 1,4 milhão, eles são cidadãos normais de Israel, embora sejam constantemente ameaçados por políticos israelenses que os acusam de serem desleais. E, por Israel se tratar de um Estado judeu, inexiste espaço para não-judeus. Portanto, eles são vítimas de uma forma de apartheid. Há os palestinos na Cisjordânia que vivem sob ocupação e em situação de colônias, com os colonos tomando suas terras, cometendo violências, e criando muitas restrições à locomoção. Por fim , há os palestinos em Gaza, que estão vivendo em uma prisão gigante de 1,5 milhões de pessoas.Reprodução/Divulgação Pois bem, todas essas áreas estão sob controle de Israel, já que a própria ANP (Autoridade Nacional Palestina) não tem muito poder. Em Gaza, tudo é determinado por Israel: fornecimento de bens básicos como eletricidade e comida, construção de prédios... até as decisões de vida e de morte estão nas mãos deles. Portanto, é, na prática, um único Estado! E é impossível dividir esse território em dois Estados, todas as tentativas falharam. A luta a ser travada a partir de agora deve ser pela paridade de direitos. Nas Nações Unidas, não veremos o nascimento de um Estado palestino, mas o funeral da solução de dois Estados. Estaremos começando uma nova fase da luta, que acredito que progressivamente tomará a forma de uma luta antiapartheid por direitos civis iguais em toda a Palestina histórica. Como o Estado seria implementado? Ainda seria um estado judeu? Deveria continuar a se chamar Israel? O mais importante é tentar enfatizar os princípios nos quais todo Estado deve ser baseado. Por exemplo, um esforço para fazer isso é a Declaração de Um Estado. Trata-se de uma declaração produzida em 2007 por um grande número de pessoas, desde palestinos até alguns israelenses. A forma exata que o Estado teria é algo que pode ser resolvido depois. Há diferentes modelos para Estados multiétnicos, mas seus princípios básicos devem ser igualdade e cidadania plena a todos, independente de religião ou raça. Um Estado não deve privilegiar qualquer grupo religioso. Ao mesmo tempo, deve proteger os direitos culturais e religiosos de todos. Esses são princípios muito básicos de democracia que outros países aplicam ou, ao menos tentam. Apenas no contexto da Palestina que esses princípios são considerados controversos ou estranhos. A Constituição de qualquer Estado moderno contém proteções básicas para todos os cidadãos, além de suas culturas, línguas e educação. São essas as condições de que falo. Leia mais: Em resposta a relatório da ONU, Turquia expulsa embaixador e suspende acordos militares com Israel Marinha israelense aborda navio do comboio humanitário que seguia a Gaza Um ataque desumano Carta da Flotilha da Liberdade, por Iara Lee Mesmo se o pedido da Palestina na ONU passar na Assembleia Geral, ele deverá ser barrado com o veto dos EUA no Conselho de Segurança. Quais seriam, os efeitos imediatos práticos nos dias seguintes à votação, qualquer que seja o resultado? A primeira coisa é que devemos ter muita clareza é o que vai acontecer nas Nações Unidas. A ONU não cria nem reconhece Estados. Não diz pra qualquer um: “Ok, você pode ter um Estado aqui ou ali”. A única coisa que ela faz é admitir ou não um Estado como membro. O chamado “Estado da Palestina” já foi reconhecido por mais de 100 países em todo o mundo durante os últimos 25 anos. Isso nunca fez qualquer diferença prática no dia-a-dia dos palestinos. O fato dos palestinos terem representações diplomáticas em outros países ou embaixadores nunca alterou a vida deles. Já existe uma delegação palestina nas Nações Unidas e o que vai se votar é se essa delegação terá as funções de um membro pleno. Mesmo que isso seja aprovado, também não mudará nada. Seria mais um voto de apoio simbólico? Sim. Alguns podem argumentar que Israel iria permitir que os palestinos participassem de alguns órgãos tradicionais da ONU como a Unesco (Organização das nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Mas esse é um aspecto marginal comparado aos direitos dos palestinos. Outra coisa muito importante a ressaltar é que, entre os próprios palestinos, tem havido grande oposição e incerteza sobre esse movimento na ONU. Há muito medo de que possa não apenas ser inútil como também muito prejudicial. Declarar ou pedir pelo reconhecimento de um Estado palestino baseado nas fronteiras anteriores a 1967, sem qualquer outra garantia de direito a seus cidadãos, poderia ser um presente gratuito a Israel. Seria o mesmo que dizer: nós estabelecemos a Palestina, mas não faremos qualquer outra reivindicação, nem mesmo garantir os direitos dos refugiados. Claro, tudo isso seria muito complicado obter do ponto de vista político. O ponto que quero chegar é que os próprios palestinos estão muito incertos a respeito desse movimento. Porque (esse processo) não foi explicado corretamente para eles pela ANP e a OLP, que são praticamente a mesma coisa a essa altura. É uma liderança que carece de legitimidade, responsabilidade com a democracia. Tomam decisões sem ter qualquer referência ou fazer qualquer consulta em relação ao povo. Efe (20/09/2011) Abunimah: Israel não aceita a ideia de que os palestinos têm direitos iguais e legítima reivindicação à terra Esse é um problema real e que não é levado em conta particularmente na América Latina. Acredito que as pessoas acabam se confundindo achando que apoiar o povo palestino é equivalente a apoiar a ANP. Mas não é a mesma coisa. Alguns governos latino-americanos recebem Mahmoud Abbas como um representante do povo palestino, e esse não é o caso. Quais seriam os principais obstáculos para estabelecer um Estado plenamente democrático, tanto para palestinos quanto para judeus ou os demais povos que habitam essas terras? E como tornar essa coabitação pacífica? Francamente, acho quer será muito difícil. É a realidade. Qualquer tipo de paz baseada na Justiça será muito, muito difícil. Se olharmos para a África do Sul, quase 20 anos depois do fim do apartheid, vemos o quão difícil isso é. Quando, por um lado, vemos de um país livre e quase plenamente democrático, onde tivemos de fato realizações significativas, vemos por outro que o legado do apartheid ainda permanece muito profundo. Há enorme pobreza e desigualdade. Em alguns casos, até regrediram. Portanto, devemos aprender com essa experiência. Na Irlanda do Norte, vejo um tipo de confronto similar de relacionamento ao na Palestina. Novamente, vemos como é difícil superar esse tipo de conflito. Ao mesmo tempo, as diferenças entre eles progrediram significativamente em relação aos últimos vinte anos. O desafio que temos na Palestina não é único. Ele tem a ver com justiça econômica; pobres e ricos; exclusão e inclusão. É o que vemos nos EUA e no Brasil. Democracia não é apenas uma questão de voto, é também relacionada a direitos econômicos e sociais. Os primeiros desafios serão esses. Ou seja, muito difíceis. Acredito que há uma ilusão de que a solução de dois Estados tornaria tudo mais fácil. Na verdade, tornaria mais difícil. Pense: Israel poderá dizer que Gaza, fazendo parte de um Estado independente, não tem qualquer responsabilidade pela pobreza e privação que lá exista. Seria 100 vezes mais difícil para os habitantes em Gaza terem qualquer tipo de desenvolvimento econômico. Portanto não qualquer possibilidade de solução fácil para esse impasse. Temos de ser francos a respeito disso. Leia mais: Israel prepara lobby contra admissão de palestinos na ONU, diz jornal Israel critica decisão do Brasil de reconhecer Estado palestino Megaincêndio florestal revela ruína de vilas palestinas destruídas no fim dos anos 1940 Aceitação de outras culturas é chave para integração de ilegais em Israel, diz ativista Ramadã à brasileira: como os muçulmanos de São Paulo passam o mês sagrado do Islã Quebrando o silêncio: soldados israelenses revelam a ONG abusos cometidos contra palestinos Há algum grupo político que apóia a solução de um Estado? O quanto essa proposta é popular tanto no meio palestino quanto no meio judeu? Não há nenhum partido ou facção palestina de relevância que tenha apoiado essa opção ainda. Entretanto, isso reflete o fato de que as principais representações políticas palestinas realmente perderam a iniciativa. Não incentivam visões verdadeiramente críveis que unam palestinos e que se dediquem às necessidades de todo o povo, dentro ou fora da região. Quem a defende é um movimento informal, composto por ativistas, estudantes, entre outros. O que eu vejo – e trata-se de uma opinião subjetiva, tomada durante minhas viagens e debates, e pelas opiniões que recolho – é que há um considerável e crescente apoio pela solução de um Estado. Não apenas isso: também não encontro muitos defensores da repartição de Estados. Os que a defendem são mais próximos da ANP. E não se vê um apoio muito entusiasta pela alternativa de dois Estados. Há divulgação de pesquisas que dizem que os palestinos apóiam a coabitação em dois Estados, mas isso não é verdade. As pesquisas de opinião medem apenas as opiniões dos que vivem na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. E mesmo lá você encontra essa opção chegando a, no máximo, 50%. É um índice muito baixo se você considerar todos esses anos em que todo mundo sempre dizia que essa era a única alternativa. Já o apoio à opção por um Estado, em qualquer uma das três regiões (Cisjordânia, Faixa de Gaza e Israel), fica entre 25% a 40%. O que considero um percentual muito alto devido ao fato que não se vê nenhum líder político defendendo a ideia. Mas creio que isso acabará ocorrendo. E em breve. E quanto aos judeus israelenses, é claro que eles não aceitam. Mas atualmente eles não aceitam mais nada. Seja a solução de um ou de dois Estados. Eles não aceitam a ideia de que os palestinos têm direitos iguais e legítima reivindicação a essa terra. Exceto por uma minoria muito pouco significativa. Alguém já os acusou de estar vendendo de maneira definitiva as terras palestinas para Israel? Pelo contrário, nunca ouvi isso. Porque a visão que defendo é a de devolver um país aberto e disponível a todo palestino. O que não é o caso da solução de dois Estados, que diz que os palestinos terão direito a, no máximo, um quinto da Palestina histórica. E os refugiados não poderão retornar a seus lares. A ideia é fazer com que todos os palestinos voltem para toda a terra da Palestina. E, ao mesmo tempo, garantir uma vida pacífica para os judeus israelenses. Desde que vivam como cidadãos normais, não como os colonizadores do presente. A idéia é transformá-los em cidadãos normais, e não em ocupantes. Leia mais: Grupos armados de Gaza retomam lançamento de foguetes contra Israel Wikileaks: EUA foram informados por Israel sobre operação militar em Gaza Comissão investigadora isenta governo israelense de culpa por ataque a comboio humanitário Essa ideia seria bem recebida pelo lado judeu? Porque, para que um Estado igualitário nasça, Israel possivelmente teria de abdicar de sua condição de Estado judeu para evoluir a um Estado verdadeiramente laico. Claro que a demanda de Israel ser reconhecido como um Estado judeu é atualmente uma desculpa para ter o direito de ser racista com os palestinos e os demais não-judeus. Para os palestinos funciona exatamente como quando o apartheid na África do Sul reclamava ser um Estado de brancos. Os brancos tinham privilégios específicos para governar. Nenhum palestino pode aceitar isso. Você não encontrará nenhuma facção palestina, e isso inclui o Hamas, dizendo que os judeus israelenses devem partir. Mas o fato é que eles têm privilégios e direitos especiais em relação a outros grupo de indivíduos. Bem, aceitar isso seria o mesmo que desistir de seu direito de retorno, de desistir de sua própria humanidade. Portanto está fora de questão. Não há nada de errado em um Estado em que todos sejam protegidos – culturalmente, religiosamente, linguisticamente e etnicamente. É por isso que, para que a alternativa de um Estado se torne viável, devemos fazer pressão de verdade em Israel, na forma de boicote, desinvestimentos e sanções. Da mesma forma como foi feito na África do Sul no passado. Porque isso mudaria toda a equação. Enquanto o status quo não custar nada a Israel, eles não terão nenhuma razão para mudar. Mas, com essas restrições, você aumenta a pressão sobre o status quo e os israelenses serão obrigados a refletir sobre uma mudança de fato democrática. A questão não é se eles vão aceitar agora ou no futuro. Mas acho que há uma grande possibilidade de que sim, eles irão. Efe (15/09/2011) Para Abunimah, iniciativas como a da Turquia, que rompeu relações comerciais com Israel, devem ser seguidas por outros países O recente esfriamento de relações entre Israel e sua ex-aliada, a Turquia, iniciado durante a crise da flotilha de ajuda humanitária a Gaza, pode ser o estopim para iniciar esse boicote ou mudar a postura de Israel? Sim, acho um episódio muito importante. Porque Israel está cada vez mais só no mundo. Desfruta de completa imunidade em relação às leis internacionais. Quantas resoluções nas Nações Unidas que Israel violou e nunca sofreu qualquer consequência? Qualquer outro país, Irã, Iraque, qualquer um que viole uma resolução da ONU, sofre sanções imediatas. Israel foi capaz de cometer as maiores violações ao direito internacional sem sofrer nada. Pois sempre houve medo em aplicá-las pela reação dos EUA. Era um tabu. Mas a Turquia rompeu com esse tabu ao dizer que aos israelenses de que eles não têm o direito de violar a lei internacional ou matar civis em águas internacionais sem sofrer as consequências. Portanto é hora de fazermos com que Israel pague o preço. Leia mais: Turquia se transforma na nova paixão dos palestinos Lula autoriza ajuda de R$ 25 milhões para reconstrução de Gaza "Israel está fazendo muito dinheiro com a ocupação da Palestina", diz economista israelense Nomeação de Uribe para investigação do caso da flotilha garante fracasso da iniciativa Espero que isso quebre o tabu para que outros países sigam os turcos. Especialmente o Egito, que está sob intensa pressão agora, e outros países na região. E que os países latino-americanos devem lembrar que Israel também desempenhou um papel muito nocivo na América Latina. Falo particularmente da América Central, durante os anos 1980, quando treinou esquadrões de morte para regimes ditatoriais de direita que cometeram verdadeiras atrocidades contra seus povos. E o governo da Colômbia também mantém uma relação militar muito próxima com Israel. Como vemos, a política externa de Israel não se resume apenas ao Oriente Médio, mas atingiu a América Latina também.
As atenções do mundo se voltaram na sexta-feira (23/09) para a sede das Nações Unidas, em Nova York, quando a Assembleia Geral da entidade avaliou o pedido de adesão da Palestina como membro pleno. Na prática, essa aprovação da ONU (Organização das Nações Unidas) endossaria o reconhecimento internacional de um Estado palestino, contrariando os interesses de Israel. Entretanto, os Estados Unidos, aliados incondicionais do Estado judeu, vetarão a adesão palestina no Conselho de Segurança.
Na última sexta-feira, 23 de setembro, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, discursou na Assembleia-Geral das Nações Unidas. Abbas pediu o reconhecimento do Estado palestino e entregou às lideranças do órgão internacional uma petição a ser avaliada no Conselho de Segurança.
Na última semana, os atentados de 11 de setembro em Nova York completaram dez anos. A mídia brasileira repercutiu a data com reportagens especiais, e algumas delas contaram com entrevistas de diretores do ICArabe.
“Os sábios de Córdoba” exercita a tolerância religiosaDocumentário de Jacob Bender parte das figuras dos filósofos Averroes e Maimônides, para discutir a convivência entre muçulmanos, judeus e católicos pós 11 de setembro. O filme será exibido no próximo domingo, 11/9, na Cinemateca (SP). Morador de Nova York, o documentarista Jacob Bender presenciou os atentados de 11 de setembro de 2001. Após o impacto inicial, passou a refletir sobre as políticas de segurança adotadas pelos Estados Unidos, baseadas em teses como a do choque de civilizações entre Ocidente e Oriente, que inviabilizaria a convivência entre povos de diversas origens e religiões.O questionamento desta impossibilidade é o ponto de partida da jornada empreendida por Bender, que se apóia em duas figuras importantíssimas do pensamento tanto do Ocidente como do Oriente, os filósofos Averroes e Maimônides, para retornar à Espanha medieval, onde judeus, muçulmanos e cristãos coexistiam pacificamente. Na Andaluzia, sua primeira parada, Bender constata, com a ajuda dos dois “sábios de Córdoba”, que a cultura árabe está no coração da cultura ocidental. O período em que esta região esteve sob domínio árabe foi de florescimento das ciências e da criatividade de forma geral, enquanto o resto da Europa estava mergulhada na privação de conhecimento que caracterizou a Idade Média. As obras de Aristóteles, por exemplo, foram redescobertas pelos estudiosos árabes que viviam em Al Andalus. Averroes, muçulmano e de origem árabe, fez comentários importantíssimos sobre seus escritos, sendo um dos responsáveis pelo diálogo de Al Andalus com a Grécia Clássica. Já Maimônides, de origem judaica, estudou medicina e relacionou à ciência com suas atividades religiosas, rejeitando qualquer forma de dogmatismo. Ambos nasceram em Córdoba e tiveram de deixar a cidade após a expulsão dos árabes pelos cristãos. Bender segue os passos dos filósofos por Marrocos e Egito, além de visitar locais onde suas obras voltaram a ser estudadas posteriormente, como França e Itália. Em paralelo, o diretor busca elementos que refutam a teoria do choque de civilizações, demonstrando a contemporaneidade do pensamento dos “sábios de Córdoba”, que já se colocavam contra qualquer forma de segregação baseada na religião. A jornada do diretor termina com a passagem por Israel e Palestina, onde o documentarista reflete sobre o conflito entre judeus e palestinos, se posicionando contra iniciativas como a construção do muro da Cisjordânia, o estabelecimento de assentamentos irregulares e a derrubada de casas de famílias palestinas. Ao passar por esses locais, relacioná-los ao conhecimento produzido por Averroes e Maimônides, e entrevistar pessoas que estão utilizando suas tradições religiosas para desafiar as proposições mais conservadoras, Jacob Bender produz um libelo à tolerância religiosa e à convivência pacífica entre povos de diferentes origens. ServiçoOs sábios de Córdoba, de Jacob Bender. Documentário, 80 min. (Espanha, EUA, Alemanha, 2009). O filme será exibido em 11 de setembro de 2011, às 14h, na Cinemateca Brasileira - Largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino - São Paulo, dentro da Sessão Averroes. Mais informações aqui.
Documentário de Jacob Bender parte das figuras dos filósofos Averroes e Maimônides, para discutir a convivência entre muçulmanos, judeus e católicos pós 11 de setembro. O filme será exibido no próximo domingo, 11/9, na Cinemateca (SP).
Sessão Averroes discute convivência em 11 de setembroO Instituto da Cultura Árabe - ICArabe (www.icarabe.org), em parceria com o Instituto Cervantes e a Oboré Projetos Especiais em Comunicações e Artes, apresentará no dia 11 de setembro, às 14h, mais uma Sessão Averroes, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.Durante a atividade será exibido o documentário “Os sábios de Córdoba”, de Jacob Bender, e depois haverá uma mesa de reflexão com Soraya Smaili, professora livre-docente da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp e diretora científica e cultural do ICArabe, mediada por José Luiz Del Roio, senador pela República Italiana e escritor ítalo-brasileiro.O filme conta a história de dois personagens, Averroes e Maimônides, e destaca o espírito de convivência entre muçulmanos, judeus e cristãos na Espanha medieval. Empreende uma viagem que começa em Nova Iorque e passa por Andaluzia, Marrocos, Paris, Veneza, Egito e Palestina. Apresenta entrevista com pessoas que estão utilizando suas tradições religiosas para desafiar as proposições defendidas por especialistas neoconservadores de que há um choque inevitável de civilizações entre o Ocidente e o mundo muçulmano, uma incompatibilidade entre o Islã e a democracia e um insolúvel conflito entre muçulmanos e judeus.O objetivo da atividade é refletir sobre a possibilidade de convivência em um mundo globalizado do século XXI. Desde o 11 de setembro (passando pelos atentados de Madri, Londres e Bali) tenta-se criar um estado de guerra permanente, em que palavras como religião e fé são apontadas como sinônimos de intolerância. “Os sábios de Córdoba” desconstrói essa visão. 4º Ciclo de Cinema e Reflexão Aprender a Viver, Aprender a MorrerA Sessão Averroes integra o 4º Ciclo de Cinema e Reflexão Aprender a Viver, Aprender a Morrer, que vai de 8 a 11 de setembro. Fruto da parceria entre o Hospital Premier, Cinemateca Brasileira e Oboré, a edição 2011 retoma a experiência bem sucedida do 1º, 2º e 3º Ciclos, em 2008, 2009 e 2010.O evento destina-se, sobretudo, a profissionais e estudantes da área da saúde, comunicação e humanidades, e a todos os interessados em refletir, examinar e debater a condição humana, a vida e sua terminalidade. Neste ano, junto às temáticas dos cuidados paliativos e do envelhecimento, o 4º Ciclo presta homenagens a Ecléa Bosi, destacando seus estudos ligados à memória e enaltecendo a vida não só como um fenômeno biológico, mas também biográfico. Ecléa Bosi recebe o Prêmio Averroes 2011 em cerimônia no domingo, 11 de setembro, a partir das 18h. Veja a programação completa do 4º Ciclo de Cinema e Reflexão Aprender a Viver, Aprender a Morrer em: http://www.obore.com.br/acontece.asp SERVIÇO Os sábios de Córdoba, de Jacob Bender.(Espanha, EUA, Alemanha, 2009). 80’· 11 de setembro, às 14h· Cinemateca Brasileira - Largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino - São Paulo4º Ciclo de Cinema e Reflexão Aprender a Viver, Aprender a Morrer· 8 a 11 de setembro de 2011· Cinemateca Brasileira - Largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino - São Paulo
O Instituto da Cultura Árabe participa da Sessão Averroes no dia 11 de setembro, às 14h, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
Reginaldo Nasser fala sobre terrorismo em programa da rádio CBNNos dez anos dos ataques terroristas de 11 de setembro, diversos meios de comunicação realizam especiais para discutir o impacto da ação na geopolítica mundial. Assista aqui a entrevista do professor de Relações Internacionais da PUC-SP sobre o tema. Reginaldo Nasser, professor do curso de Relações Internacionais da PUC-SP e especialista no estudo do terrorismo, fala à rádio CBN sobre as características do chamado "novo terror", e o impacto dos atentados de 11 de setembro na política de segurança dos Estados Unidos. Assista aqui a entrevista. http://www.youtube.com/watch?v=5-nylWrJrL0
Nos dez anos dos ataques terroristas de 11 de setembro, diversos meios de comunicação realizam especiais para discutir o impacto da ação na geopolítica mundial. Assista aqui a entrevista do professor de Relações Internacionais da PUC-SP sobre o tema.
“Campo da paz” emociona ao mostrar o amor dos palestinos pelo futebol Trecho do documentário, que será lançado em 2012, foi exibido ontem (1/9) em sessão para convidados, em São Paulo. A reação entusiasmada dos presentes à história de um time de futebol formado por garotos palestinos e o amor da nação pelo esporte, antecipou o impacto que o filme vai causar quando estiver finalizado. Quem não gosta de futebol? No Brasil, essa pergunta é fácil de responder: quase ninguém. Torcedores dedicados ou não, quase todo brasileiro tem um time, e, na hora de torcer pela seleção em uma Copa do Mundo, a adesão é praticamente unânime. O que muita gente não sabe é que do outro lado do mundo, na Palestina, o povo sente pelo futebol um amor semelhante. A diferença são as dificuldades encontradas pelos palestinos para praticar o esporte de forma profissional, desenvolvê-lo e até torcer por ele. Essa é mais uma consequência da ocupação dos territórios palestinos por Israel, que impõe obstáculos cotidianos às tarefas mais simples. Nesse contexto, o futebol também é resistência. É sobre essa paixão, e suas implicações que fala o filme “Campo da paz”. O documentário longa metragem, que está em processo de produção, teve um trecho exibido ontem (1/9), em um jantar para convidados no restaurante Proteína, em São Paulo. A atividade contou com o apoio do ICArabe e teve grande adesão. Pela da reação do público aos cerca de 6 minutos mostrados, foi possível mesurar o impacto que o filme causará quando estiver finalizado. Gilmar Rodrigues, diretor de “Campo da paz”, conta que a ideia inicial era produzir um documentário sobre o futebol palestino. Mas o projeto se expandiu e acabou por formar um time de garotos de 14 a 17 anos que se tornou uma seleção simbólica da Palestina, e que deve visitar o Brasil e participar de jogos paralelos à Copa de 2014. “O projeto agora é transformar esses garotos em um time de verdade, para que eles possam vir ao Brasil antes mesmo da Copa de 2014, trazendo a ideia de um país que quer ser livre e soberano”, explicou. Gil. A vinda do time já recebeu apoio do Corinthians, e os realizadores seguem buscando parceiros para viabilizar o projeto. As filmagens foram feitas em diversas cidades palestinas entre outubro e novembro de 2010, e devem ser concluídas este ano. Segundo Gil, parte do material já está editada, e o documentário deve ser lançado no segundo semestre de 2012. Bettine Silveira, da produtora Txucarramãe, conta que o projeto começou independente e depois foi formatado. “O que vivemos aqui foi especial, sentimos que temos mais fôlego para continuar. É uma labuta fazer um filme, mas esse tipo de atividade dá muito gás”, declarou, sobre a exibição do trailer . “Campo da paz” tem conquistado participações importantes ao logo de sua produção. O trailer exibido ontem tem narração de Lázaro Ramos e a trilha sonora está a cargo do rapper BNegão. “A questão da Palestina sempre me incomodou muito”, disse BNegão. “Quando me chamaram, por conta da minha música e da atitude, eu estava com muito trabalho, mas quando vi o material disse ‘vou fazer’. Toda vez que eu vejo as imagens fico emocionado. A ótica para tratar do assunto é sensacional. Tratar a partir do futebol, que tem apelo mundial e está no cotidiano, faz com que as pessoas pensem de outra forma e entendam o que está acontecendo”, completou. Michel Sleiman, presidente do ICArabe, contou que o Instituto tem procurado apoiar a produção por meio de contatos que possam se tornar parceiros do projeto. “Temos uma aproximação com a questão Palestina, ela é ponto nevrálgico do mapa político do mundo árabe e existe aí uma questão de justiça. É um projeto muito querido pelo ICArabe, o futebol é uma paixão, e ficamos curiosos em descobrir a identificação dos palestinos com o jogo, e perceber que é uma coisa visceral”, completou. “A proposta de mostrar que a paixão dos palestinos pelo futebol é semelhante à dos brasileiros aproxima e mostra o quanto esses palestinos podem ser identificados com a nossa cultura”, disse Soraya Smaili, diretora cultural e científica do ICArabe. Para ela “o filme mostra, a partir do diálogo por meio do futebol, que é possível que israelenses e palestinos joguem e vivam juntos”.
Trecho do documentário, que será lançado em 2012, foi exibido ontem (1/9) em sessão para convidados. A reação entusiasmada dos presentes à história de um time de futebol formado por garotos palestinos e o amor da nação pelo esporte, antecipou o impacto que o filme vai causar.
Poeta árabe Adonis recebe Prêmio GoetheO poeta sírio-libanês Adonis recebeu em Frankfurt o Prêmio Goethe. O júri homenageou o escritor por ter "transposto as conquistas do modernismo europeu aos círculos culturais árabes". Um luto profundo e um pavor devido à perda de humanidade permeiam o poema Nova York, de Adonis, parte do ciclo Tempo entre rosas e cinzas, que o autor recitou durante um festival em Berlim, no ano de 2003.Adonis, cujo nome verdadeiro é Ali Ahmad Said Esber, nasceu em 1930 em Kassabin, uma pequena aldeia localizada no noroeste da Síria. Quando criança, ganhou uma bolsa de estudos concedida diretamente pelo então presidente do país, que o possibilitou frequentar uma escola de ensino médio. O presidente, na época, durante uma visita ao norte da Síria, ficou impressionado com a capacidade do garoto recitar poesias.Durante seus estudos de Filosofia na Universidade de Damasco, Adonis aprofundou-se em questões relacionadas à tradição árabe-islâmica de formação intelectual. Foi quando começou a escrever poemas em estilo clássico, sem, contudo, publicá-los de imediato. Somente quando adotou o pseudônimo Adonis, o nome do deus greco-fenício da fertilidade, é que começou a obter sucesso."O poeta mais importante"Depois de passar um ano na prisão por causa de suas atividades políticas em Damasco, Adonis fugiu para Beirute, onde casou-se com Khalida Said, que mais tarde se tornaria uma das críticas literárias mais importantes do mundo árabe. No Líbano, trabalhou como professor e jornalista, tendo mantido contato com um grupo de artistas, escritores e exilados políticos. Foi também ali que conheceu a literatura internacional.O início de sua carreira literária se deu, mais tarde, com o lançamento de seu terceiro livro de poesia, Cantos de Mihyâr, o Damasceno, publicado no início dos anos 1960. A partir de então, Adonis tornou-se conhecido e sua obra poética passou a ser considerada significativa. Em 1973, escreveu uma tese de doutorado sobre O estático e o dinâmico, que se tornou uma das fontes mais importantes de poesia árabe desde o período pré-islâmico.Adonis é um escritor com leitores em 22 países, cujo estilo moderno e ao mesmo tempo elegante é admirado por muitos literatos do mundo árabe. Ele influenciou a poesia do Oriente Médio ao norte da África, tendo se libertado da tradição poética árabe através da construção de novas formas. O escritor marroquino Taher Ben Jalloun afirmava, em 1982, ao diário francês Le Monde, que Adonis seria "o poeta vivo mais importante da lírica árabe moderna".Visão de mundo proféticaAdonis é também um pensador internacional, com obras traduzidas para diversos idiomas. A primeira tradução de um livro de sua autoria para o alemão aconteceu em 1989, com A árvore do Oriente. A esta sucederam-se Festa fúnebre para Nova York (1995) e Cantos de Mihyâr, o Damasceno (1998).Do ponto de vista político, o escritor manteve sua postura crítica, com uma visão de mundo quase profética. Em entrevista à Deutsche Welle, no ano de 2001, ele assim previa o futuro do mundo árabe: "Se as relações políticas não mudarem na região árabe, se os donos do poder não pensarem no povo, se eles passarem todo o tempo pensando apenas em permanecer no poder, vamos então vivenciar catástrofes imprevisíveis".Lembrando GoetheAdonis é defensor aberto de uma postura laica e se diz convencido de que apenas a secularização da sociedade levará a cultura e a política árabes adiante. Ao semanário alemão Die Zeit, ele declarou em 2002: "Sempre quando a religião não impõe nada, a cultura árabe é magnífica. Tudo o que é isento de religião na cultura árabe é extraordinário". Sua poesia, publicada em livros, periódicos ou palestras, é vista por ele próprio como um projeto cultural civilizatório, capaz de reescrever e redefinir a história árabe.Hoje, Adonis vive entre Paris e Beirute. O Oriente e o Ocidente, acredita o escritor, encontram-se sobretudo na arte e na poesia. Como dizia Goethe, lembra ele, "quem conhece a si mesmo e também o outro, irá reconhecer que o Oriente e o Ocidente não são mais separáveis". É Adonis quem também reconhece que "Leste e Oeste talvez sejam conceitos mais distintos do ponto de vista ideológico que geográfico".Autora: Lina Hoffmann (sv)Revisão: Carlos AlbuquerqueFonte: Deutsche Welle
O poeta sírio-libanês Adonis recebeu em Frankfurt o Prêmio Goethe. O júri homenageou o escritor por ter "transposto as conquistas do modernismo europeu aos círculos culturais árabes".